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ICAR – A interrupção voluntária do celibato

O bispo dos Açores admite a interrupção voluntária do celibato eclesiástico tornado obrigatório pelo concílio de Latrão, em 1139.

Quando os bispos começam a pronunciar-se no sentido de interromper uma tradição, de mais de oito séculos, é, de certeza, uma tentativa para auscultar reacções da clientela e a resposta do mercado da fé.

Não é uma questão religiosa que está em causa, é um problema de recursos humanos da ICAR que urge resolver.

Há, todavia, no casamento dos padres três perigos que facilmente se adivinham:

1 – O possível aumento de candidatos numa altura em que a espécie se encaminha para a extinção;

2 – O acréscimo da força de vendas da fé católica com o regresso de muitos dos 100 mil padres casados;

3 – A diminuição drástica dos escândalos sexuais contribuindo para a dignificação do clero e para o aumento do número de crentes.

O único aspecto positivo residirá na discriminação das freiras, a quem o Vaticano nunca apoiará a mais leve tentação libidinosa e, muito menos, o direito reprodutor, acentuando o carácter misógino e a desigualdade de sexos que fazem parte da tara genética comum às três religiões do livro.