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Papa lembra ligação a Fátima

Todos conhecemos a ligação do Vaticano a Fátima. É um rio de dinheiro que nasce na Cova da Iria e desagua no Vaticano, um caminho de sofrimento que produz chagas nos joelhos e não tem saída para o Céu.

Quem fez de Fátima um anjódromo e de uma azinheira um local para aterrarem virgens também inventou as cambalhotas do Sol e embruteceu as três inocentes criancinhas que preferiram a catequese à escola e a oração à leitura.

Fátima não é apenas um embuste para aliviar as magras carteiras dos simples e espoliar o ouro dos desesperados, é o epicentro de uma montagem clerical contra a República e, por extensão, contra o comunismo.

Em 1917, o país rural com soldados em França, infestado de padres trauliteiros e bispos miguelistas, era o húmus ideal para plantar virgens e fazer ralis de anjos. O terço era a ocupação dos supersticiosos para aplacar a ira de um Deus troglodita que precisava de padres-nossos e ave-marias para livrar as pessoas do comunismo e do Inferno.

Os parasitas de Deus andavam possessos com a lei da separação da Igreja e do Estado, com o registo civil obrigatório e o divórcio. O mercado das hóstias começou a entrar em crise e o ódio dos retalhistas a subir em flecha. Só aliviaram com a ditadura salazarista.

Diz B16 que «muitos foram os fiéis que acorreram à Cova da Iria para pedir a protecção de Nossa Senhora nas suas dificuldades». Isso é verdade, mas não há a menor suspeita de qualquer milagre e há a certeza de dezenas de atropelamentos mortais nas estradas antes de chegarem a Fátima e não há o menor indício de que fosse essa a graça pedida.