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A Polónia e a ICAR

O Ricardo Alves e a Palmira Silva já se referiram à obsessão de quarenta e seis deputados que propuseram uma moção para eleger «Jesus Cristo» rei da Polónia, uma república onde a Virgem Maria já é Rainha honorária há 350 anos.

A piedosa decisão parlamentar transforma a Polónia numa república para lamentar. Aquilo não é um País, é um santuário; não é uma república é um sucursal do Vaticano; as pessoas não vivem de pé, viajam de joelhos; os deputados não legislam, rezam; não procuram resolver os problemas do país, procuram a salvação da alma.

Há anos o sol nascia em Moscovo, agora a luz vem do Vaticano. Há pouco adoravam Lenine, agora veneram JP2, um taumaturgo autóctone que o Opus Dei fez Papa. Nunca mais aprendem os pontos cardeais, vivem do que os cardeais católicos lhes impigem.

Ter à frente do país um pregador de feiras e mercados, morto há dois mil anos e pregado num sinal mais, não é fruto de uma eleição é o resultado de uma alucinação. Não é um caso político é um problema de psiquiatria.

Um país com dois irmãos gémeos, um presidente da República, outro primeiro-ministro, dois nacionalistas, ambos amigos do peito e da hóstia de todos os bispos, não é um sítio salubre para se viver, é um local mal frequentado para se morrer de riso.