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Bush e o Papa. Uma desgraça nunca vem só



O presidente Bush, figura nada recomendável, vai ter uma audiência com o papa, igualmente pouco recomendável. Beatos de todo o mundo insinuam já que JP2 o vai admoestar pela guerra do Iraque. É uma forma de dignificarem o último ditador europeu, suspeito de ser amante da paz e pessoa de bem.

JP2 gosta de passar um atestado de imbecilidade aos crentes.

Quem combate a regulação da natalidade ou qualquer forma de planeamento familiar; quem nega a igualdade de direitos entre homens e mulheres ou o simples acesso destas às tarefas dos homens, dentro ou fora da sua própria igreja; quem é supersticioso ao ponto de se julgar objecto de profecias e faz depender o prestígio da sua igreja dos milagres que adjudica a pessoas de fraco entendimento e rudimentar equilíbrio mental; quem prefere a disseminação da SIDA ao uso do preservativo; quem se conluia com o Opus Dei e cala os teólogos progressistas, só tem como único objectivo manter-se o último ditador de uma Europa onde a democracia vai progredindo.

JP2 é um apóstolo incansável do obscurantismo, que entra em êxtase com o vazio da liturgia e o barulho das multidões ululantes que disputam o espectáculo das suas actuações.

Chefe do único Estado europeu sem maternidade, regedor de um bairro de 44 hectares sem tradições democráticas, julga-se o capataz de Deus, infalível, e dono de uma multidão de parasitas da fé que dão pelo nome de padres, freiras, monsenhores, cónegos, bispos, cardeais, bandos de travestis coloridos que se dedicam à ociosidade, intriga e oração.

Combater com vigor e obstinação esta sociedade arcaica e parasitária é um serviço cívico prestado à emancipação do mundo.

Acreditar na utilidade de um encontro entre Bush e JP2 é esperar que a paz resulte de uma entrevista entre Bin Laden e Ariel Sharon.