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O kitsch religioso da semana

O budismo é uma religião ateia. Não têm deuses. Não têm fés… Têm uma visão filosófica de todo o universo e da psicologia humana e estabelece um sistema pelo qual o homem se relaciona com o todo.

Ao contrário de tantos sermões enganosos, a religião não «religa» o homem a deus… Religa o indivíduo ao grupo. E na realidade não detêm nenhum exclusivo nessa área. Basta que haja um grupo de homens de «boa vontade» que acordem entre si regras de conduta que surgirá uma re-ligação de todo e qualquer indivíduo ao grupo. Um contrato, uma união de interesses e de respeitos…

O Budismo é uma cultura humana como todas as outras. Séculos de truncagem, adaptação e miscegenação cultural, bem como a falta do método científico materialista fizeram-no acumular toneladas de barroco e misticismo cultural de todas as culturas que permeou…

Apesar de o buda não ter trazido uma revelação, per se, a filosofia da qual foi fundador, ainda está fechada nas percepções dos monges e nas linguagens e simbolismos das culturas originais. Os mal-entendidos por parte de iniciados ocidentais são muitas vezes hilariantes.

Mas o budismo, sempre se mexeu como cultura e adaptou-se honestamente aos tempos…

Hoje, o budismo apresenta-se como uma cultura com um potencial superior ao protestantismo, na prática do capitalismo. Os dragões do oriente agitam-se nas suas economias emergentes. O futuro é deles. Mas não deixam de ser humanos… Vejam bem este kitsch…

O buda encontra a revelação no seu novo computador portátil.

Tudo isto, enquanto alguém, sem pecado, fez um dólar ao vender este kitsch e inconscientemente, se prepara para empurrar a humanidade, mais um degrau na direcção do futuro desconhecido que nos é, a todos, comum.

O mau gosto é universal e intemporal. Ele é o retrato humano da mudança e das dores de crescimento.

OOOOOOMMMMMMM!!!!!!!!!