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O perigo está na fé

As religiões são o cimento que aglutina impérios e exacerba a demência tribal. Foram sempre pretexto para o expansionismo e a xenofobia.

As religiões abraâmicas plagiaram-se sucessivamente e tornaram-se cada vez piores.

Deus, fugindo ao desprezo e tédio, rumou um dia ao Monte Sinai para chatear Moisés e, depois disso, não mais largou a humanidade nem esta deixou de o promover em feiras místicas, simpósios litúrgicos e peregrinações beatas.

O judaísmo degenerou em cristianismo e as metástases deste conduziram ao islamismo. As religiões necessitam de açaime. Sabe-se o que sofre a humanidade quando se deixam à solta.

Deus tornou-se saprófita dos homens, espécie de micróbio intestinal, alçado a criador do Céu e da Terra. Ficou-se por aí porque o medo não conhecia mais mundo para lá do seu habitat e da sua imaginação.

O cristianismo passou de seita a religião graças a Constantino, que se proclamou o 13.º apóstolo. Foi infanticida, assassino e uxoricida, ninharias que não impediram o clero de lhe confiar plenos poderes no concílio de Niceia em 325.

A isenção de impostos para bens imobiliários do clero, as prebendas e a construção de igrejas justificaram o pio silêncio. O Paraíso não tem preço mas paga-se caro.

Dezassete séculos depois, o comportamento do clero mantém-se. Em todas as religiões.