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Ir a Colónia ver o Papa

As delegações regionais da ICAR reuniram esforços para levar à Alemanha meio milhão de jovens para se genuflectirem aos pés do velho inquisidor que geriu a sua própria promoção a Papa. Trata-se da chamada 20.ª Jornada Mundial da Juventude.

B16 é perigoso pela inteligência, habilidade e determinação, mas falta-lhe a mínima simpatia, o mais leve traço de humanidade e a mais elementar manifestação de bondade.

A ICAR, Empresa milenar, está habituada a lidar com Papas de todos os tipos, desde os perversos, que fizeram do Vaticano um antro de devassidão e escândalo, até aos Papas modernos, sofisticados e cultos, manhosos na arte da sedução e tenebrosos a corromper Governos e ONGs, especialistas a infiltrar o veneno religioso nos centros do poder.

A ICAR joga uma dupla cartada nesta maratona da fé organizada com profissionalismo e amplos recursos. Por um lado finge que o Papa é amado pela juventude, por outro que a Alemanha, onde as igrejas se encontram desertas, é fértil em proselitismo, apto a rojar-se aos pés do pastor alemão, que regressa a casa ricamente paramentado, com um vasto programa de propaganda e um amplo séquito, luzidio e colorido.

A próxima semana será muito importante para a ICAR e para a Europa laica. O lugar-tenente de Cristo fará um número de ilusionismo que dê visibilidade à ICAR ou permitirá que o desinteresse do seu país natal se manifeste?

No primeiro caso teremos um lamentável sucesso do marketing eclesiástico, com uma multidão de cardeais, bispos e monsenhores em exibição. No outro, teremos um fiasco que o ruído de meio milhão de jovens aliciados pelas sacristias não conseguirá disfarçar.

É também no espaço mediático que se trava a luta entre a laicidade e o charlatanismo religioso. A derrota religiosa é uma vitória do progresso, da civilização e da democracia.