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  • 22 de Julho, 2011
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

A Irlanda e a laicidade

O debate sobre a laicidade percorre a Europa e está em risco de ser asfixiado nos países do Magrebe onde multidões de descontentes apelavam à liberdade com a consciência de que não há liberdade adjectivada. Não há democracias populares, islâmicas ou católicas. Ou há ou não há democracia com as liberdades que lhe são inerentes e a necessidade do aprofundamento da igualdade económica, social e política.

Onde o clero mina o poder político as liberdades ficam em risco.

A secularização da Europa é uma bênção que os radicalistas religiosos abominam mas a laicização parece reforçar-se.

Recentemente a Irlanda teve a coragem de condenar o Vaticano. Fê-lo o Parlamento (por unanimidade) e o Governo. É um bom sinal num país que, até há pouco, viveu sob a tutela eclesiástica, onde os conventos serviam de prisões a jovens mães solteiras, onde as leis civis estavam condicionadas pelo poder das sotainas e onde o cheiro a incenso e a humidade da água benta contaminavam a cidadania.

Da Irlanda sopram bons ventos.