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Por

Firmino Silva

Margarida Neiva: Júlio II, Cardeal aos 28 anos por cunha de um tio, foi um dos muitos malfeitores que se sentaram na cadeira papal. Ficou mais conhecido por guerreiro do que por padre da igreja, na medida em que se entreteve mais tempo a comandar os exércitos papais do que a evangelizar as gentes. Foi um prétransgressor das ideias de D. Manuel Clemente, porquanto deixou uma quantidade imensa de filhos bastardos, tendo uma sua filha casado com um Orsini, umas das riquíssimas famílias que, como os Medicis e outros formavam a riquíssima elite romana.Foi um grande construtor, ao mesmo tempo que contribui para uma das maiores selvajarias sobre o património histórico do Imperio Romano, que destruiu para com os seus elementos líticos construir as igrejas da Roma papal, chegando a concessionar uma parte do Coliseu como pedreira.

Foi o grande mecenas de Miguel Ângelo e Rafaello, tendo sido sob o seu reinado como papa que se construiu a Capela Sistina, uma homenagem a Sisto IV, que o antecedeu e o promoveu. Vendeu para se financiar tudo e mais alguma coisa, desde títulos de Cardeal a filhos imberbes das mais ricas famílias, até indulgências que serviam para perdoar todo o qualquer tipo de malfeitorias cometidas. Estas e outras atitudes estiveram na origem das 95 teses pregadas pelo monge Martinho Lutero na porta da igreja de Wurtembeg, em que denunciava aquilo que tinha como sendo, para usar linguagem popular, a grande falta de vergonha da Igreja, e do Papa. Sucedeu-lhe Leão X.

Depois do que foi dito, fica-nos esta contradição: O legado artístico que nos deixou terá valido a pena? Para quem usufrui dele hoje, certamente. E para os que suportaram todo o peso do que foi a violência do seu custo ?. Bem, quem o suportou não vai responder.