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  • 15 de Outubro, 2015
  • Por Carlos Esperança
  • Humor

O Náufrago

Por

Frei Bento
Bernardino foi o único que se salvou do terrível naufrágio. Agarrado a uma precária boia, acabou por dar à costa numa ilha deserta. Logo que se recuperou do evidente cansaço, deu graças a Deus por ter sido salvo e explorou a ilha. Por esta ordem, rigorosamente. Verificou, sem grande esforço, que a ilha, apesar de deserta, ou talvez por isso mesmo, dispunha de tudo o que era necessário à sua sobrevivência. Sem campanhas eleitorais, sem análises do Prof. Marcelo, sem mercados a brincar com os juros, enfim, paz absoluta. Todos os dias, Bernardino rezava as suas orações: de manhã, agradecendo a Deus por verificar que o dedo grande do pé mexia pelo que, por arrastamento, todo o resto do corpo também se mexia; à noite, para que pudesse acordar no dia seguinte com o dedo grande do pé a mexer.

Naturalmente, e porque Deus Nosso Senhor é grande (os marroquinos dizem “Allah u akbar”, ou coisa parecida), as orações não caíram em saco toro. E eis que um dia Bernardino é contemplado com a aparição de um anjo do Senhor.

Anjo: Meu filho, Deus ouviu as tuas orações. Não posso tirar-te daqui, mas posso satisfazer-te dois desejos.
Bernardino (depois de alguns segundos de ponderação): Meu anjo, tenho tudo o que poderia desejar. Mas falta-me qualquer coisa…

Anjo:. Diz o quê, meu filho. São dois desejos, não esqueças.

Bernardino: Anjo, quero uma garrafa de champanhe e uma mulher que seja boa.
O anjo desapareceu.

Passou meia-hora, aproximadamente, quando o anjo voltou. Trazia não uma garrafa, mas uma caixa de garrafas de champanhe, e a Madre Teresa de Calcutá.