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  • 7 de Abril, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

As guerras da fé (4/6)

Nicole Guardiola que acaba de ser publicado na revista “AFRICA 21″, edição n.º 84 de Abril 2014 e com o título “As Guerras da Fé.

Angola e Islão

A noticia de que Angola se tornara o primeiro pais a proibir o culto muçulmano deu a volta ao mundo em novembro de 2013 e provocou uma tempestade de protestos diplomaticos e aplausos nas redes sociais. Obrigado a reagir o governo angolano articulou a sua resposta em duas partes. Por um lado reafirmou respeitar a liberdade religiosa, inscrito na constituição negando toda a intenção de proibir o Islão ou discriminar os muçulmanos. Por outro lado salientou a obrigação de respeitar e fazer respeitar do pais , válida para nacionais ou estrangeiros e em todos os dominios, incluidos os assuntos religiosos.

A lei angolana determina que todas as confessões religiosas carecem da autorização do Ministerio da Justiça para realizar actividades públicas. Para tal precisam de ter mais de 100 mil membros adultos e presença em mais de dois terços do território nacional. Há actualmente 83 confissões religiosas reconhecidas e mais de 1200 pendentes de autorização entre as quais oito islamicas. A inclusão de uma desta numa lista de 194 associações cujos pedidos de autorização foram indiferidos tera estado na origem do «malentendido» segundo o ministro dos negocios estrangeiros George Chicoti.

O fecho e/ou destruição de «mesquitas» e as perseguições de que seriam objeto os muçulmanos segundo o porta-voz da Comunidade Islamica de Angola David Já – que diz representar mais de 800 mil fieis – se devem a outras legislações como o controlo das migrações, o comercio e a construção ilegal ou a utilização de edificios (lojas,armazens,garagens) previstos para outros fins.