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Sócios de IPSS de Coimbra decidem desvincular instituição da Igreja Católica

A ICAR é afastada embora a cruz permaneça.

Coimbra, 16 mar (Lusa) – Sócios do Centro Sócio-Cultural de Nossa Senhora de Lurdes, em Coimbra, decidiram, hoje, por “maioria qualificada”, rever os estatutos da instituição, no sentido de pôr fim à sua ligação à Igreja Católica.
Reunidos, durante a tarde de hoje, em assembleia-geral extraordinária, “mais de três quartos dos sócios presentes” decidiram mandatar os órgãos sociais para, no “prazo de três meses”, elaborarem uma proposta de alteração aos estatutos, de modo a desvincular o Centro da Diocese de Coimbra, disse, à agência Lusa, Pedro Nogueira, membro da mesa da assembleia-geral.

O Centro Sócio-Cultural de Nossa Senhora de Lurdes, vulgarmente conhecido por ‘Casa Cor-de-Rosa’, manterá a sua condição de IPSS (instituição particular de solidariedade social), mas “sem ligação à Igreja”, sublinhou Pedro Nogueira.

Durante o processo resultante da alteração dos estatutos (cuja nova versão terá de ser apreciada pela assembleia-geral) “imperará o bom senso”, pois “nenhuma das partes quererá pôr em causa os utentes” da instituição, salientou aquele responsável.

Na reunião de hoje, que decorreu nas instalações da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, em Coimbra, foi também “deliberado que os órgãos sociais exonerados” (os elementos da direção), pelo bispo de Coimbra, Virgílio Antunes, em finais de janeiro, reassumam, de imediato, as suas funções, sendo, assim, “reposta a legalidade estatutária”, adiantou Pedro Nogueira.

Depois de, em janeiro, ter destituído a direção, presidida pelo pároco local, Carlos Delgado, não homologando os órgãos sociais eleitos pelos sócios, Virgílio Antunes confiou a gestão do Centro a uma comissão executiva, liderada pelo padre Luís Costa, presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra.

Como o bispo, também os padres Luís Costa e Carlos Delgado têm optado por não se pronunciarem sobre este processo.
Pouco depois de ser designado para liderar a comissão de gestão da ‘Casa Cor-de-Rosa’, o padre Luís Costa disse, à Lusa, que se trata de um função que assumiria durante um período limitado de tempo, durante o qual iria “tentar aproveitar” a oportunidade “para reorganizar a casa” e promover “uma modernização de processos”.

Com cerca de um milhar de sócios e mais de 30 trabalhadores, a ‘Casa Cor-de-Rosa’ dispõe de berçário, creche, infantário, clube sénior, apoio domiciliário, loja social, refeições sociais e apoio a sócios carenciados.

Lusa/Fim