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“Deus ama-nos”

Uma das frases mais recorrentemente lidas e/ou ouvidas, é esta: “Deus ama-nos” ou, em alternativa, “Jesus ama-nos” – o que vem a ser a mesma coisa, como se sabe.
Em qualquer dos casos, é mentira. Vamos por partes.
Em primeiro lugar, acho que é suprema arrogância afirmar “Deus ama-nos” como se as pessoas que o afirmam conhecessem os sentimentos de Jeová. Suponho que só a A. Solnado é que pode fazer tal afirmação, já que parece que toma o pequeno-almoço todos os dias com Jesus que, como toda a gente sabe, é tão deus como o outro.
Depois, o deus oficial desta parte do mundo é aquele que vem referido na Bíblia. Não há outro como, aliás, ele próprio determina no artº 1º da Lei Mosaica: “Não terás outros deuses diante de mim” o que me parece absurdo, porque se ele é único, como é que poderia, o povão, ter outros deuses? Será que ele queria dizer “Não inventarás outros deuses além de mim”?
Adiante, e continuemos na hipótese, meramente académica e estupidamente absurda, de esse deus existir. Esse, ou outro qualquer; aliás, sem essa hipótese este artigo não faria qualquer sentido.
O deus da bíblia ama um único povo: o povo hebraico. Os hebreus são, ainda de acordo com a bíblia, o “povo eleito”, a quem Jeová prometeu uma terra que, por isso mesmo, passou a chamar-se Terra Prometida. Prometeu mas não cumpriu, como bom político que é.  Os outros, os não judeus,são gentios, criaturas de segunda, a quem os judeus podiam matar livremente, e escravizar. Daí que faça todo o sentido o mandamento “Não matarás”. “Não matarás”… outro judeu, porque os outros, os gentios, podes matar à vontade. Aliás, a Bíblia descreve, com mórbidos pormenores, várias cenas dessas matanças.
Daí que me cause perplexidade a adoração que os gentios – os não judeus – manifestam por um deus que, explicitamente, os despreza. Um deus descrito num livro redigido por judeus e para os judeus.