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  • 7 de Novembro, 2011
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Momento Zen de segunda_07-11-11

Os limites da paciência com os beatos
João César das Neves (JCN), na sua homilia de hoje, no DN, «Os limites da política», elevou o disparate à categoria de dogma e a crença ao nível da esquizofrenia.
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Misturando a política com a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), em coerente atitude com a religião, que nunca deixou de se intrometer nos assuntos profanos e de se infiltrar no aparelho de Estado, JCN faz propaganda partidária e proselitismo religioso debitando tolices que julga serem inspiradas pelo seu deus.
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O ataque rancoroso às leis do divórcio, do casamento entre indivíduos de mesmo sexo e da descriminalização do aborto é a atitude de quem prefere os 44 hectares de sotainas que Mussolini (enviado da Providência, segundo o Papa da altura) erigiu em Estado, às instituições portuguesas legitimadas pelo voto. Não compreende que a lei da I. V. G. não teve os efeitos perversos que previu e que beneficiou as mulheres sujeitas ao vão de escada e à prisão; nem vale a pena explicar-lhe que um embrião não é uma pessoa e que o seu estudo pode conduzir a avanços notáveis na medicina.
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A obsessão de JCN por uma vaga no Paraíso fá-lo condenar o actual Governo, não pelos direitos que retira aos trabalhadores mas pela eventual abolição de feriados que a Igreja dele apelida de dias santos. Segundo JCN, deve o Governo cortar nos dias de férias mas nunca em dias tão sagrados como, por exemplo, o Corpo de Cristo (seja isso o que for), a Imaculada Conceição de Maria ou a Assunção de Maria (alegada viagem do corpo e da alma para o Céu, local que nenhum atlas de geografia regista).
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Tal como para os outros talibãs, também para este católico, as leis devem ser conformes à sharia romana.