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Momento zen de segunda (2)

Por

Carpinteiro – Leitor do Diário Ateísta

Como alguém dizia, – Imoral, é tudo aquilo que excita os moralistas –

 

Em condições normais, esta seria tarefa das instituições e dos representantes do povo.

Mas a Igreja insiste em condicionar a acção política dos governantes.

Na verdade o Cristianismo e em particular o catolicismo constituíram, não o estímulo ou as raízes do pensamento democrático europeu mas antes um travão e as ervas daninhas que sufocaram consideravelmente o seu desenvolvimento.

Teremos que tapar o nariz para percorrer a história do sangue das vítimas das cruzadas e o fumo das fogueiras da Santa Inquisição.

E para evitar aquela cómoda expressão «isso foi coisa de outros tempos» não devemos esquecer que também a nossa época tem as suas cruzadas e os seus inquisidores: – conquistar os poços de petróleo aos muçulmanos, manipular referendos contra as biotecnologias ou perseguir homossexuais, não é muito diferente de libertar o santo sepulcro dos infiéis ou processar o heliocentrismo .

Sobretudo quando o Deus que “tudo quer” e “está sempre connosco” é o mesmo cujo nome além de ser invocado nas igrejas, estava gravado na fivela dos cintos dos soldados nazis e nas notas de dólar dos estados unidos.

Se nos concentrarmos na Igreja Católica desde logo, não pela sua imaginária pretensão de constituir a variedade autêntica da religiosidade cristã, mas pelas suas reais capacidades de influenciar a vida politica, económica e social dos países do sul da Europa e da América Latina (não será por acaso, as mais atrasadas dos seus continentes).

 

É precisamente porque o Cristianismo e em particular o Catolicismo interferem enormemente no (sub)desenvolvimento da vida social de nações inteiras, que os não crentes podem reivindicar o direito e por vezes carregar com o dever de limitar a sua influencia, sobre tudo quando como hoje, o anti-clericalismo constitui mais uma defesa da laicidade do estado que um ataque à religião da Igreja.

 

O casamento entre homossexuais deveria ser antes de mais um problema político, jamais moral-religioso.