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O Vaticano encerrou o Limbo

O Papa JP2, supersticioso e crente em Deus, acabou com o Inferno embora sem efeitos retroactivos. Ainda existia quando Cristo foi visitar a Irmã Lúcia e lhe deu uma bolsa de estudo para visitar o reino de Satanás onde, por coincidência, estava o Administrador do concelho de Ourém, que faltava à missa, resistia o incenso e não consumia água benta.

Agora o Papa Rätzinger acaba com o Limbo. Não há direito. Encerra o parqueamento que, por usucapião, estava reservado à minha descendência para toda a eternidade.

O Sapatinhos Vermelhos foi mais rápido a acabar com o estacionamento das almas que não sofreram a tortura do baptismo, aberto por Santo Agostinho no Século V, do que a reconhecer a teoria da Evolução das Espécies. Esta é ciência, o Limbo é um direito de superfície com prazo de validade sujeito ao poder discricionário do Papa.

A partir de agora, resta para os crentes o Céu. Não sei se o Paraíso arrendado pelo Papa tem virgens e rios de mel para oferecer aos utentes que pagam a taxa moderadora em orações e, sobretudo, em dinheiro. As virgens são inúteis e o mel faz mal às glicemias.

Com a alienação do Purgatório, Inferno e Limbo o património imobiliário celeste fica reduzido a uma courela para Deus jogar às cartas com o Filho, o Espírito Santo e o Papa enquanto S. José serve as bebidas e a Virgem Maria faz as lides da casa.

A pouco e pouco, vai o Céu ruindo e da imensa burla ficam os garridos paramentos com que a clericanalha ganhou a vida durante séculos.

Nota: O encerramento tinha sido previsto pela Palmira em «Os Vagabundos do Limbo».