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O Papa e o Deus católico

O Papa B16 farta-se de dizer que as pessoas, particularmente na Europa, andam surdas à voz de Deus. Para além de ele falar demasiado baixo e se ter remetido à clandestinidade, não falta ao Papa a vontade de castigar os ímpios, punir a blasfémia e extinguir os que defendem a laicidade.

De forma velada condena o Islão mas enaltece-lhe o ódio ao laicismo. Quer disputar-lhe o mercado mas aproveita para ameaçar os países democráticos com o islão que – diz o Sapatinhos Vermelhos -, teme a indiferença religiosa do Ocidente. E acrescenta que «há muitos povos de religião islâmica que podem viver estes sentimentos perante o laicismo e a secularização do Ocidente», virtudes que B16 igualmente abomina.

Enquanto, às claras, usa a linguagem dúbia e hipócrita, de forma discreta influencia os políticos que se ajoelham e põem de rastos perante o último ditador vitalício europeu.

Durão Barroso, católico assumido (certamente iniciado durante a fase maoista) nomeou – segundo um pio escriba do Diário as Beiras, de 12/09 -, uma enorme porção de beatos para os grupos de trabalho de Biologia e Genética, Direito e Ciências Sociais, Filosofia e Teologia, Ética e novas Tecnologias.

Não se percebe para que quer a União Europeia um grupo de trabalho para a Teologia, a menos que esteja a decorrer um ensaio duplo-cego para saber qual é o Deus verdadeiro.

O que assusta, depois da insistência em Rocco Buttiglione para comissário europeu, é a quantidade de católicos fundamentalistas que D. Barroso nomeou para estas comissões.

Os mais tenebrosos e devotados saprófitas do Vaticano são: Carlos Casini, presidente do Movimento Pró Vida italiano e membro da Academia Pontifícia «Provita», um polaco, chefe do departamento de ética da Faculdade de Medicina da Universidade de Dublin, o eslovaco Josef Glasa da Universidade de Bratislava e a teóloga alemã Hill Haker professora de filosofia moral da Faculdade de Frankfurt.

Deus dorme mas o Papa existe. Para desgraça dos homens e mulheres livres.