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Sentença de morte no Afeganistão -desenvolvimentos

O New York Times informa-nos que os clérigos afegãos utilizaram as orações de sexta-feira para clamarem pela morte de Abdul Rahman, o afegão que enfrenta a pena de morte pelo terrível crime de se ter convertido ao cristianismo.

A exigência da execução de Rahman foi a resposta dos religiosos afegãos face à crescente pressão internacional e aos protestos em relação a este caso, restritos ao Ocidente, tanto quanto me tenha apercebido nem uma única voz do mundo islâmico condenou a barbárie. Não obstante ainda esta semana 300 «intelectuais» do Islão se terem reunido no Bahrain, para discutir os ataques ocidentais ao Islão, mais concretamente para lançar mais achas para a fogueira, em rescaldo, da guerra dos cartoons, pretendendo mobilizar os muçulmanos em defesa do Profeta e do Islão, associado ignominiamente a violência pelos ocidentais.

Como recordou Mawlavi Habibullah a cerca de 1000 clérigos e jovens reunidos em Kabul «O Afeganistão não tem qualquer obrigação ao abrigo de leis internacionais» e «O profeta diz que quando alguém muda de religião deve ser morto».

Habibullah e outros devotos muçulmanos exigem que os políticos e juizes afegãos resistam á pressão internacional em relação ao caso já que, como enfatizou o Sheikh Asif Muhsini, um clérigo shiita, a constituição afegã estabelece claramente que «Nenhuma lei pode contradizer o Islão e os valores da constituição».

Esta é também a opinião de Mohammad Ayaz Niyazi, um egpício versado na lei islâmica que se deslocou a Kabul para participar na resposta a mais este ataque do Ocidente ao Islão, ou nas suas próprias palavras «Nos últimos tempos têm ocorrido ataques em série ao mundo islâmico, começando com insultos ao sagrado Corão [provavelmente alegações injustificadas de que contém incitamentos à violência e desrespeito dos direitos humanos], insultos ao profeta [paz seja com ele que determinou que um apóstata não tem direito a viver] e agora a conversão ao cristianismo de um afegão [insulto dos insultos]».

O Diário Ateísta reitera o seu apelo a todos, crentes e não crentes, para manifestarem a sua indignação pelo caso. Por exemplo assinando esta petição.

Mais desenvolvimentos: depois de ter escrito este post li no Washington Post que os clérigos afegãos, incluindo «moderados» como Abdul Raoulf, preso três vezes por oposição ao regime taliban, advertiram que, caso o governo afegão ceda às pressões internacionais e liberte (ou não execute) Rahman, incitarão os populares a «desfazê-lo em pedaços».

Porque como afirma o «moderado» Abdul Raoulf «Rejeitar o Islão é insultar Deus. Nós não deixaremos Deus ser humilhado. Este homem tem de morrer».