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Cristanianismo vs islamismo

Não é apenas o Vaticano que explora os medos da modernidade despoletados pelo terrorismo islâmico para passar a mensagem que apenas o fundamentalismo cristão pode derrotar a ameaça do fundamentalismo islâmico.

Depois de Ratzinger, que expressou repetidamente as suas preocupações sobre o futuro de uma Europa sob a ameaça da laicidade e do Islão, em que a primeira, ou seja, a exclusão de Deus da vida pública, impede a única resposta que dará conta da ameaça islâmica, a assunção inequívoca e firme da superioridade do cristianismo é a vez dos dignitários anglicanos usarem o terrorismo islâmico como forma de coacção psicológica para angariar clientela!

No passado domingo os membros da congregação da Catedral de Lincoln foram avisados por um dos seus responsáveis, Alan Nugent, que, a não ser que os ingleses (assumidos pelo dignitário como cristãos por omissão) levem a sua fé a sério, a Inglaterra tornar-se-á a breve trecho uma nação islâmica.

Para Nugent é significativo que, embora menos difundido pelos media, nas manifestações integrantes da guerra dos cartoons, para além dos posters «brutais e violentos», esses sim muito reproduzidos na imprensa, muitos posters dos manifestantes avisavam que em breve a Inglaterra seria uma nação islâmica. «Não há dúvida que o Islão é uma fé missionária e a conversão de incréus um factor decisivo na sua difusão. Não é assim surpreendente que muitos muçulmanos possam ter a esperança que este país se converta à fé do profeta- especialmente quando encontram frequentemente uma fé cristã que é incerta e em declínio».

Não é muito difícil prever que esta será uma tecla muito utilizada no futuro próximo por parte de todas as confissões cristãs, a necessidade de combater fogo com fogo, isto é, combater o fundamentalismo islâmico com fundamentalismo cristão. Face aos prevísiveis ataques aos valores em que assenta a nossa civilização por parte das religiões, cristã e islâmica, é necessário que todos os que não querem regressar ao obscurantismo das Cruzadas afirmem a laicidade e a defesa dos direitos humanos consagrados como a única forma de ultrapassar a actual crise!