Terrorismo em Timor Leste
Os dois bispos de Timor-Leste pediram hoje a demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, depois de uma semana de manifestações organizadas pela Igreja contra a decisão de tornar facultativo o ensino da religião em 32 escolas.
Assinado pelo vigário-geral de Díli, padre Apolinário Guterres, a Igreja Católica divulgou hoje um comunicado que pretende que a concentração de católicos na capital timorense, hoje no seu sétimo dia, «não é simplesmente sobre religião».
«A essência do problema reside no modelo de sociedade que está a ser imposto sobre este povo», informa a Igreja timorense e, falando em nome dos cerca de cinco mil fanáticos que arregimentou, afirma que «o povo perdeu a confiança neste governo» e assim «em consequência o povo exige ao partido FRETILIN a remoção deste governo».
A Fretilin pela voz do seu presidente, Francisco Guterres «Lu-Olo», que já na semana passada tinha acusado a Igreja Católica de estar a criar um «clima pré-insurreccional», disse aos jornalistas que o partido maioritário em Timor-Leste «nunca aceitará que alguém tente tomar o poder pela força».
«A FRETILIN nunca há-de aceitar um golpe de estado. Nunca aceitará que alguém tente tomar o poder pela força. A experiência de 1975 bastou.»
Num comunicado de imprensa apresentado depois da reunião do Secretariado Político Permanente do Comité Central, realizada hoje em Díli, é exigido à hierarquia da Igreja Católica que respeite a Constituição e que que não se repita a experiência de 1975, uma guerra civil que colocou timorenses contra timorenses.
Nota: Terrorismo é o uso da violência ou a ameaça do uso da violência contra civis por razões políticas, religiosas ou ideológicas.