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A fé é uma doença contagiosa e altamente letal



Há um ano, George W. Bush ao pedir a Deus que abençoasse a América e os seus exércitos, limitou-se a imitar Ussama Ben Laden que, muito mais beato, se antecipara com um pedido semelhante acrescido do desejo suplementar de morte a todos os infiéis.

Na luta contra o terrorismo, cuja urgência e necessidade são óbvias, convém dispensar Deus do trágico jogo das paixões humanas.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela Organização das Nações Unidas, é o código de conduta onde o mundo civilizado se revê, independentemente da religião ou da sua ausência.

Ninguém duvida que Ben Laden usa a religião como instrumento do seu próprio poder, razão acrescida para Bush evitar o uso do poder como instrumento da religião que professa, o que é injusto e perigoso.

Em todo o Médio Oriente perpetuam-se, sob pretexto religioso, ditaduras obscuras e cruéis, formas de opressão violentas e retrógradas, teocracias sinistras e tenebrosas. Não pode, pois, aceitar-se que o Presidente de um país livre misture a justiça com a oração, confunda a liberdade com a religião, ou faça depender da fé a democracia..

Para não comprometer Deus basta a Bush defender os valores humanistas da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, legado da Revolução Francesa que a Constituição Americana honradamente acolhe. E que, relativamente a estes princípios, se torne praticante.

É preciso que haja cada vez menos gente a morrer em nome de Deus e cada vez mais a viver ao serviço do homem. Para que a religião deixe de ser vista como ópio do povo e, sobretudo, evite transformar-se em anfetamina do terrorismo.