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2 de Abril, 2013 José Moreira

Turismo em Portugal

Acabo de ouver, neologismo televisivo-cinematográfico que consiste na aglutinação de ouvir e ver, , dizia eu que acabo de ouver, na televisão, que o Governo de Portugal está empenhado, como se nós não soubéssemos, em promover o turismo, e esta parte é que eu não sabia. Alavancar, como se diz hodiernamente. Para isso, vai tomar medidas para desenvolver o turismo de saúde e, pasme-se! o turismo religioso.

Ora, eu acho que o turismo religioso é, na verdade, uma fonte praticamente inesgotável de receitas, e a iCAR que o diga, mas a ICAR deve ficar com a parte de leão. O que está correcto, se considerarmos que é a ICAR a única produtora, isto é, detém o monopólio das duas vertentes religiosas que mais atraem os turistas daquele ramo: os milagres e as aparições. Mas parece-me que será chegada a altura de os governantes começarem a pensar seriamente na hipótese de promover uma alteração nos acordos bi-laterais, de modo a que a ICAR passe a contribuir num pouco mais para o esforço anti-crise. Um pouco mais, é como quem diz: contribuir, tout-court. O que não se me afigura difícil, mas se o for certamente que o ministro Álvaro não deixará de deprecar os bons ofícios do católico presidente da República. Sim, que isto de país laico é muito lindo, mas é como a saúde tendencialmente gratuita: fica muito bem na Constituição, e dá um ar de democracia. Só.

Vamos ao que interessa. Em primeiro lugar, para que o turismo religioso, porque é este que interessa abordar neste local, seja, efectivamente, alavancado, há que modernizar toda a estrutura, de modo a que os turistas religiosos sejam efectivamente atraídos por algo mais que as patéticas passeatas do mamarracho pelo terreiro de Fátima.  Alvitro, assim, que sejam criadas novas aparições, de preferência no Algarve, de modo a que os turistas possam juntar o útil ao agradável. Nada mais prático do que assistir a uma procissão enquanto se passa o bronzeador pelo toutiço, ou debitar uma ave-maria entre dois mergulhos nas águas cálidas. As velinhas acesas podiam ser, facilmente, substituídas por telemóveis com retro-iluminação nos “displays”, ou por modernas lanternas de raios-laser. Pelo menos, não se corria o risco de apanhar com pingos de cera na roupa, que aquela porcaria dá uma trabalheira do caraças a tirar.

Depois, os milagres. Os milagres atraem sempre gente. Mas nada de milagres fatelas, tipo olho-esquerdo-de-D. Guilhermina, nada disso! Milagres a sério, do género serrar uma mulher, pode ser um homem, ao meio e o tipo, ou a tipa, aparecer vivo da costa e com as partes coladas, aquela multidão toda a berrar “milagre! milagre!”. Até podiam convidar o Luís de Matos ou, até, um outro ilusionista no desemprego… Sim, porque aquele truque da ressurreição já está mais que visto, anda a humanidade católica a gramar isso há quase dois mil anos, já cansa, é sempre a mesma trata, aleluia, ele morreu para nos salvar, etc.

Por falar nisso: qual a razão para ainda se manter o anacrónico hábito de andar o “compasso” de porta em porta? Em pleno século XXI, com a tecnologia a tornar a palavra “impossível” cada vez mais sem sentido, não se poderia resolver o problema por e-mail? Ou com o acesso a um “site” apropriado?

À atenção de quem de direito.

2 de Abril, 2013 Carlos Esperança

As religiões, os crentes e os anacronismos

Sou contra todas as crenças sem deixar de respeitar os crentes. Abomino a violência e as verdades absolutas, compreendendo quem acredita porque se habituou desde criança.

Dos três monoteísmos aprecio o judaísmo por não querer converter ninguém. Querem o Paraíso só para eles e, nisso, têm uma enorme superioridade sobre os outros dois. Pena é que também queiram a faixa de Gaza e não abdiquem do sionismo, essa demência que o mito bíblico estimula. Nesse ponto é o mais detestável.

As três religiões do livro, abraâmicas, foram criadas pelos homens na Idade do Bronze. Não admira que o Deus comum tenha todos os defeitos dos homens de então: vingança, crueldade, misoginia, violência, homofobia, com o carácter tribal e patriarcal hebraico.

Há judeus que são árabes conversos e islamitas que não passam de judeus islamizados. As etnias provêm mais das circunstâncias políticas e administrativas do que do ADN e nada é tão facilmente absorvido nem tão visceralmente como uma crença.

O cristianismo foi uma cisão do judaísmo em cujo ódio se expandiu até passar a religião pelo imperador Constantino, que usou a seita para alicerçar o Império. O antissemitismo foi o cimento interno da nova religião.

Só faltava a cópia grosseira desta última, ditada entre Medina e Meca pelo anjo Gabriel, durante 20 anos – Maomé era analfabeto – para surgir o mais primário e implacável dos monoteísmos. Esta ideologia rudimentar, que o terror e a vocação belicista alimentam, é a mais difícil de reformar.

Nesta segunda-feira, passou a ser proibida a coeducação a partir dos 9 anos e os homens ficaram proibidos de lecionar em escolas femininas. O processo de islamização avança. Os direitos das mulheres são postergados. É vontade de Alá e de Maomé, o seu profeta.

Na faixa de Gaza. Raios os partam.

1 de Abril, 2013 Carlos Esperança

A Páscoa da ressurreição

Se há coisa que me agrade é uma boa ressurreição. É um número interessante para quem não se resigna à defunção e uma delícia para quem sabe que a vida é irrepetível.

O que me custa é a cobertura obsessiva à ressurreição anual do mesmo defunto. Não há canal português onde, desde os filmes às procissões, das missas às bênçãos papais, das crucificações às flagelações, se possa assistir, pelo menos, à notícia do aparecimento de um novo lince na serra de Malcata.

O defunto provisório chega todos os anos após o IMI enviado pelas Finanças.

1 de Abril, 2013 Raul Pereira

CREDIMVS

TANTVM HODIE:
++

CREDIMVS IN VNVM DEVM PATREM OMNIPOTENTEM. FACTOREM CÆLI ET TERRÆ, VISIBILIVM OMNIVMET INVISIBILVM CONDITOREM. ET IN VNVM DOMINVM IESVM CHRISTVM, FILIVM DEI VNIGENITVM. ET EX PATRE NATVM ANTE OMNIA SÆCVLA.

ET CÆTERA…

31 de Março, 2013 Abraão Loureiro

A religião e o aproveitamento das tecnologias

Como sempre, os religiosos aproveitam bem os inventos dos ateus para divulgarem as suas crenças porque com a falta de criatividade que têm não conseguem os seus intentos.

Para eles a criatividade não interessa, apenas interessa o criacionismo.

Nesta notícia, aí estão eles tentando chamar as crianças para a lavagem cerebral. O negócio vai mesmo de mal a pior. Esquecem-se que através do Facebook, as crianças têm acesso a outras fontes de informação bem mais interessantes e sadias.

Notícia publicada pelo jornal Sol. Leia aqui

Ferramentas

31 de Março, 2013 Carlos Esperança

Pedido unilateral do Papa

Papa pede aos incrédulos para «arriscarem aceitar Deus» (DN)

Os ateus pedem ao Papa para «arriscar a dúvida»

(Diário de uns Ateus)

31 de Março, 2013 David Ferreira

Que futuro?

O que há de racional no ato de automutilação? O que há de racional nas práticas rituais de sacrifício humano a deuses incognoscíveis? O que há de racional na concetualização de uma entidade superior a quem se atribuem características supremas de bondade, filantropia e graça, sem racionalizar que uma tal entidade não necessitaria em absoluto de sacrifício algum por parte da insignificante obra criada, a não ser que fosse dotado, de igual modo, de características supremas de egocentrismo, sadismo, narcisismo, entre tantas outras alheadas do frescor da verdade, da racionalidade e da sanidade mental?

Vivemos um período da história que se revela importantíssimo na determinação do modo como a humanidade se pode preparar inexoravelmente para enfrentar os desafios de uma nova era que se avizinha e cujos pilares deveriam ser erigidos, como sempre deveriam ter sido em todas as épocas, com base nas sólidas fundações dos erros reconhecidos e aprendidos do passado e na firmeza de um planeamento pragmático para o futuro. No entanto, a irracionalidade parece insurgir-se a cada dia que passa.

A crise económica, surgida de um sistema bancário internacional manipulado pela cegueira do lucro fácil, célere e a qualquer custo, abate-se por todo o mundo civilizado, ensombrando os dias de incerteza e as noites na esperança de que ela não seja uma certeza duradoura. A Este, um louco deificado declara guerra à democracia, exibindo um arsenal militar desmesurado e exulta como uma criança imberbe perante a vitória num qualquer jogo de estratégia de tabuleiro. No Bangladesh, durante o período da Páscoa cristã, dezenas de milhares de muçulmanos aglomeram-se em simultânea genuflexão na capital do país, como coelhos acometidos de mixomatose, não para pôr ovos, mas para rezar pela morte de um corajoso blogger ateu que alegadamente insultou o Islão, exigindo de volta as ancestrais e irracionais leis punitivas do ato de blasfémia. Ainda no mundo islâmico, crianças são atingidas a tiro de caçadeira na cabeça, por elementos da própria família, pelo crime de quererem estudar; outras são chicoteadas até à morte pelo crime de terem sido violadas. No Brasil, a emocionalmente descontrolada seita evangélica tenta insurgir-se a todo o custo contra as leis seculares de um estado laico, patrocinada pela exorcização de demónios e financiada pelo dízimo de um povo com um potencial enorme de desenvolvimento, mas que ainda soçobra perante o infortúnio da incultura, da superstição e do obscurantismo, que nem o excesso de Sol mingua. A Norte, os criacionistas empenham-se dia e noite, investindo largas somas de dinheiro com o intuito de elucidarem a humanidade acerca da inquestionável veracidade das metáforas do Velho Testamento e para a inclusão da sua surreal histórico-pseudociência no ensino escolar nacional. No mundo católico, os fiéis não se poupam nos elogios a um Papa elegido democraticamente pela intervenção do Espírito Santo e que a comunicação social se encarrega de elevar a Superstar; um Santo a ser caldeado numa forja que apenas produz Santos, calcinando nesse ato a memória do seu pensamento misógino e homofóbico, que se manterá imune a verrina, ao mesmo tempo que exorta o rebanho a combater pela persistência da oração os ardis que um tal de Diabo tece, como se o seu Deus omnipotente fosse incapaz de refrear as obras de tal subalterna, chifruda e vilipendiada figura de estilo. Nas Filipinas, jovens mutilam-se simulando a morte de um mito que pretendem eternizar de uma forma pornográfica e que a hierarquia da Igreja não tem o decoro de desaprovar em público de forma veemente e a comunicação social de não exibir, ao mesmo tempo que organizam debates sobre o nocente excesso de exibição de imagens violentas na formação cívica e moral das crianças.

Para quem é crente inveterado, todos os atos tresloucados se tornam congruentes quando neles se introduz o fator fé.

Que futuro queremos construir? Que futuro poderemos almejar para as novas gerações neste mundo que se ressente e se esboroa incessantemente com funestas dualidades cognitivas e contradições evolutivas?

O avançado saber científico que possuímos progride diariamente, permitindo-nos não só uma existência mais digna e menos sofredora, embora muitas vezes devastadora do natural equilíbrio do ecossistema, mas também o conhecimento da nossa condição de humanos e do lugar que ocupamos na natureza. Ao mesmo tempo, a falta do conhecimento mais básico irroga-se como realidade para milhões e milhões de seres humanos que, não tendo a capacidade para descortinar os mais elementares porquês das coisas, se deixam enredar sem constrangimento e de braços abertos nas teias debilitantes de quem julga ter todas as respostas sem necessidade de colocar todas as perguntas, perpetuando instituições que, pese embora a boa vontade propalada, não passam de organizações socioculturais primárias e impeditivas do hígido progresso da nossa espécie.

Estamos, de momento, num impasse. Resta-nos escolher. Essa escolha resume-se à luta entre o esclarecimento, com base no conhecimento, da mente mortal, das suas contingências e do seu aperfeiçoamento, contra a opressão irracional da perpetuação ilusória da posse de uma alma que só na concretização tão ardentemente ambicionada da imortalidade pode adquirir contornos perenes de perfeição.

30 de Março, 2013 Carlos Esperança

Religiões….

Por

Stefano Barbosa

Bancada evangélica exorcizando o Congresso Nacional…

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