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13 de Novembro, 2006 Carlos Esperança

Terrorismo religioso

O terrorismo violento e persistente, que torna reféns as democracias, ameaça a liberdade e compromete os direitos individuais, tem a marca genética da religião, inspira-se nos livros sagrados e é acirrada pelo clero.

A mais ameaçadora das taras é o proselitismo.

A evangelização cristã foi a desgraça que levou a tortura, a humilhação e o genocídio aos povos que submetia à obediência papal. Livrou-nos da tragédia o laicismo e a progressiva secularização das sociedades apesar da nostalgia da Cúria romana e do azedume do clero.

Hoje, criam-se bandos de fanáticos em países que não reconhecem os direitos humanos, a igualdade dos sexos e a modernidade. São países dominados por clérigos, que manipulam os crentes, instilam o ódio nas crianças e condicionam a opinião pública.

As democracias, em vez de exigirem o respeito pelos direitos humanos, fizeram negócios milionários com os cleptocratas beatos e ignoraram a violência e os crimes em nome de um Deus cruel e apocalíptico.

As teocracias têm legiões de suicidas dementes, ansiosos por destruir a civilização e pôr em risco a sobrevivência da Humanidade, confiantes no prémio de 70 virgens e rios de mel em que o delírio místico os faz acreditar.

Em nome da liberdade religiosa, aceita-se o Corão e os clérigos que o debitam e sonham com um califado mundial, sob os auspícios do Profeta Maomé e desenvolve-se o racismo contra os árabes, como se fossem criminosos, sem punir os responsáveis pelas madraças onde se recrutam e formam os suicidas assassinos.

Se os cristãos levassem a sério a Bíblia e os padres prometessem o Paraíso a troco do seu cumprimento, permitiríamos a catequese e homilias que incitassem ao crime, ao racismo, à xenofobia e ao anti-semitismo, para que alguns trogloditas ganhassem o Paraíso?

É preciso alterar a estratégia no combate ao terrorismo que tem a assinatura de Deus. Os crentes são as vítimas dos sacerdotes. A origem dos crimes está nos livros sagrados e no clero que os debita.

Os democratas têm o dever indeclinável de combater ideologias totalitárias e o clero que as promove. Os crimes de uma religião não se previnem com a violência de outra, anulam-se com a laicidade e o secularismo.

13 de Novembro, 2006 jvasco

Sam Harris e os crentes «moderados»

Sam Harris contradiz imensas imensas afirmações que oiço repetidas acriticamente. Ele fá-lo com bons argumentos, que importa reter. No último vídeo do youtube que coloquei no meu anterior artigo, Sam Harris começa por criticar o facto dos crentes moderados darem cobro à crença fundamentalista, visto que estes criam um tabu no que respeita a creiticar crenças alheias, tabu esse que é totalmente injustificado e patético. Sam Harris também alega que as justificações que os crentes moderados dão para a crença, baseando as suas razões em desejos e anseios, são um flagrante Non Sequitur, que torna tal crença frágil do ponto de vista da consistência intelectual. E continua:

«Outro problema da crença religiosa moderada é que ela não é apenas inconsistente do ponto de vista intelectual, mas também do ponto de vista teológico. É que os fundamentalistas leram os respectivos livros sagrados, e estão certos a seu respeito: eles são tão intolerantes, divisivos, como os Osamas deste mundo sugerem.

Uma vez dignificada a alegação de que a Bíblia ou o Corão são fundamentalmente diferentes de outros livros – sejam as peças de Shakespeare, seja a Ilíada – que estes livros não são literatura, são os melhores livros de que dispomos em termos morais; uma vez dignificada tal alegação, ficamos reféns do conteúdo de tais livros.
O criador do Universo realmente odeia homossexuais.
Se lerem a Bíblia, lerão que, no mínimo, o sexo homossexual é uma abominação aos olhos de Deus – é dito com todas as letras em Levítico, é rectificado em Romanos.

Muitos cristãos imaginam que o Novo Testamento fundamentalmente repudia toda a barbárie que pode ser encontrada no Antigo Testamento: livros como Levítico, Deuteronimo, Samuel II, Éxodo, etc. Isso não é verdade. Podemos apanhar Jesus em metade das suas disposições e podemos deparar com belas palavras e conselhos eticamente válidos, como a regra de ouro.
Mas o mesmo Jesus também disse coisas como, em Lucas 19, ‘Tragam aqui os meus inimigos, que não aceitam minha autoridade, e matem-nos à minha frente’.

Eu garanto-vos que os inquisidores da idade média, que quiemaram hereges vivos ao longo de 5 séculos, tinham lido todo o Novo Testamento – leram o sermão da montanha – eles encontraram uma forma de enquadrar o seu comportamento com o exemplo de Jesus.

Não é acidental que as referências teológicas da Igreja, S. Tomás de Aquino, S. Agostinho […] fossem a favor da morte e tortura de hereges. […]
Nós olhamos para trás, pessoas a serem queimadas vivas, académicos a serem torturados até à loucura por especularem acerca da natureza das estrelas, da nossa perspectiva enviesada do XXI século e pensamos ‘eram lunáticos’.
Não é verdade. Este era um comportamento perfeitamente razoável, tendo em conta aquilo em que se acreditava.
[…]

Outro problema com a crença religiosa moderada é que estes crentes tendem a ser cegados pela sua própria moderação.
É muito difícil para os moderados acreditar que as pessoas acreditam realmente nestas coisas. Quando vemos nas notícias um Jihadista a dizer coisas como ‘amamos mais a morte que o infiel ama a vida’ e então rebenta consigo, os religiosos moderados (não os fundamentalistas) tendem a não acreditar que a crença foi a razão pela qual ele se fez rebentar. ‘Não tem nada a ver com religião: há causas económicas e sociais, a questão da educação, …’

Não sei quantos engenheiros e arquitectos têm de se fazer rebentar para nós entendermos que as causas não são só económicos-sociais. É muito mais sinistro.

É realmente possível ser tão instruído que se saiba fabricar uma bomba nuclear, e ainda assim acreditar nas 72 virgens.»

12 de Novembro, 2006 Palmira Silva

Exorcismo em vez de contracepção

Uma médica inglesa que trabalha em várias clínicas de planeamento familiar em Londres aconselhou uma paciente que pretendia uma injecção contraceptiva a procurar um padre católico na catedral de Westminster para ser exorcizada.

A médica em questão, Joyce Pratt, por uma razão que o Fitness to Practise Panel do General Medical Council pretendeu em vão descortinar qual seja – a médica não compareceu no primeiro de três dias de audição pelo painel – determinou que as queixas da jovem K. se deviam a «magia negra» e, para além do exorcismo, recomendou-lhe crucifixos e água benta como «cura».

12 de Novembro, 2006 Palmira Silva

Freira católica condenada por genocídio

Theophister Mukakibibi, uma freira católica, foi condenada a 30 anos de prisão pelo seu papel na chacina que desabou em 1994 no Ruanda, país maioritariamente católico, quatro anos depois de uma visita de João Paulo II.

A freira foi condenada por ter contribuído para o massacre de centenas de Tutsis que se refugiaram no hospital em que Theophister trabalhava. De acordo com dezenas de testemunhas «Ela foi responsável por seleccionar Tutsis e expulsá-los do hospital e as milícias matavam-nos. Esta freira organizava pessoas para serem mortas». A freira, que negava comida aos Tutsis que se refugiaram no hospital, mantinha reuniões regulares com as milícias Hutu.

Theophister Mukakibibi junta-se a duas outras freiras, Gertrude Mukangango e Maria Kisito, condenadas em 2001 pelo seu envolvimento no massacre de 7000 Tutsis que se tinham refugiado no convento Sovu em Butare, no sul da Ruanda. Os refugiados foram reunidos num dos estábulos do convento e incinerados vivos com combustível fornecido pelas duas freiras.

Ainda não se concluiu o julgamento do padre Athanase Seromba no International Criminal Tribunal for Rwanda (ICTR) em Arusha, Tanzânia. O padre Seromba é um dos membros da ICAR envolvidos no genocídio que ocorreu há 12 anos no Ruanda. Genocídio de quasi um milhão de Tutsis e hutus moderados conduzido sob o olhar indiferente e muitas vezes colaborante da ICAR. O padre é acusado de ter promovido o assassínio de milhares de Tutsis que se tinham refugiado na sua igreja de Nyange, onde os trancou. A igreja foi depois arrasada por bulldozers com os refugiados lá dentro. Aliás, incontáveis milhares de Tutsis foram assassinados em igrejas

Continuam igualmente à espera de julgamento por genocídio outros «homens de Deus» como os padres Hormisdas Nsengimana, reitor do colégio Christ-Roi em Butare, e Emmanuel Rukundo, capelão do exército ruandês.

O padre Guy Theunis, acusado de incitar ao genocídio nas páginas da revista «católica, o «Diálogo», que dirigia, conseguiu que o seu julgamento fosse transferido para o seu país de origem, a Bélgica, onde para já continua em liberdade, recebendo de instituições católicas prémios … pelo seu esforço de paz (!?), e não há notícias se e quando será julgado.

O padre Wenceslas Munyeshyaka, neste momento sob protecção da Igreja Católica francesa, está a ser julgado in absentia pelo Tribunal Militar de Kigali pelo seu papel nos massacres levados a cabo sob sua supervisão na catedral desta cidade. A sentença deve ser conhecida no próximo dia 16 de Novembro. Os acusadores pedem prisão perpétua para o padre…

12 de Novembro, 2006 Palmira Silva

Elton John: Religiões deveriam ser proibidas

Numa entrevista conjunta com Jake Shears dos Scissor Sisters à edição dominical do Guardian, The Observer, Elton John afirma que as religiões deveriam ser proibidas devido à sua falta de compaixão em geral e em particular devido ao ódio em relação aos homossexuais que acirram.

De facto, embora considerando que existem coisas boas na religião, Elton John, um humanitário que criou em 1992 uma fundação de combate à SIDA, tida como a maior do mundo no género, afirma que na prática as religiões organizadas apenas transformam as pessoas em lemmings (ratos) cheios de ódio.

Por outro lado, considerando que a religião está na origem dos conflitos da actualidade – que segundo Elton John podem escalar para uma III Guerra Mundial -, o cantor interroga-se porque razão os líderes religiosos mundiais não se reunem, discutem o problema e apelam à paz. Porque razão a paz parece não estar na agenda dos líderes religiosos enquanto o ódio aos homossexuais merece tanto destaque, isto é, porque razão estão apenas unidos pelo ódio e não por um desejo de paz…

Elton John queixou-se ainda do facto de muita gente se ter de certa forma demitido da cidadania, e aquelas que não o fizeram protestam apenas na Internet, em blogs e afins, em vez de irem para as ruas protestar, destacando a eficácia das manifestações de Fevereiro de 2003 contra a invasão do Iraque, que mobilizaram milhões de pessoas ao redor do Globo.

Em relação à sua homossexualidade, o cantor, que se casou em Dezembro passado com o companheiro de 11 anos, David Furnish, comentou o facto de aparentemente ser considerado a «face aceitável da homossexualidade», circunstância que aproveita para tentar lutar em prol da causa gay, destacando o facto de dentro de duas semanas se deslocar à Polónia, em que a homofobia, instigada pelos mui católicos gémeos Kaczynski, eleitos com base na «retórica do ódio», atingiu dimensões inaceitáveis num país da UE.

Para Elton John a situação na Polónia e outros países dominados pelo catolicismo, inseparável do ódio cristão à homossexualidade, não se trata de uma questão homossexual mas sim de uma questão de direitos humanos.

«Eu vou lutar por eles, quer o faça em silêncio fora das luzes da ribalta quer o faça vocalmente e seja preso. Não posso simplesmente cruzar os braços. Além disso, não é essa a minha natureza. Tenho quase 60 anos. Não posso cruzar os braços e ignorar o que se passa e não o farei».

11 de Novembro, 2006 Palmira Silva

Cidade do México reconhece uniões homossexuais

Os legisladores da Cidade do México, com 9 milhões de habitantes, aprovaram na quinta-feira uma resolução que reconhece as uniões de facto, independentemente da composição do casal. A lei, aprovada com 43 votos favoráveis, 17 contra e 5 abstenções, foi apoiada pelo Partido Democrático Revolucionário(PRD)enquanto os conservadores do Partido de Acção Nacional, PAN, com fortes ligações à Igreja Católica, se opoem à lei.

A resolução precisa ainda ser ratificada pelo presidente da Câmara Alejandro Encinas, do PRD, para entrar em vigor (num prazo de 120 dias).

Como seria expectável, a lei mereceu veemente oposição da Igreja Católica. Um dos opositores à concessão de quaisquer direitos aos pecadores homossexuais afirmou mesmo à Reuters que a homossexualidade induz decadência, mais concretamente: «As sociedades desde sempre entram em decadência quando há homossexualidade».

De igual forma, na África do Sul está em discussão uma lei que a ser aprovada reconhecerá o casamento homossexual neste país, tornando a África do Sul pioneira no reconhecimento dos direitos dos homossexuais num continente onde as religiões do livro, cristianismo e islamismo, têm um peso político muito importante. Peso político que se traduz na criminalização da homossexualidade no Zimbabwe, Quénia, Uganda, Nigéria, Tanzânia e Gana.

Também neste país a oposição à lei tem essencialmente motivações religiosas, nomeadamente dos sectores ligados às igrejas cristãs, como seja o Partido da Democracia Cristã Africana, que declara «inaceitável» a nova proposta de lei.

10 de Novembro, 2006 jvasco

Sam Harris e as razões para acreditar

Neste espaço tanto eu como a Palmira colocámos alguns vídeos de Sam Harris disponíveis no you tube.
No entanto, à medida que acompanho as conversas entre os comentadores, sou levado a crer que muitos passaram ao lado de tais videos, talvez por serem longos. Assim sendo, tomei a iniciativa de traduzir alguns trechos, neste caso a respeito do respeito que se deve ter, ou não, pelas crenças alheias:

«Nós não respeitamos as crenças das pessoas: nós avaliamos as suas razões. Se as minhas razões forem boas, um indivíduo racional tenderá a concordar com elas.

Se eu vos dissesse que acredito que existe um diamante gigante, do tamanho de um frigorífico, enterrado no meu quintal, pode ocorrer-vos perguntar ‘porquê?’. Se em resposta eu dissesse ‘esta crença dá muito significado à minha vida’ ou ‘não gostaria de viver num universo em que não existisse um diamante gigante enterrado no meu quintal’, seria bastante claro que respostas deste tipo seriam profundamente desadequadas. Pior: seriam as respostas de um lunático ou de um idiota. Respondendo dessa forma, desqualificar-me-ia para qualquer posição de responsabilidade na nossa sociedade.

Mudamos de assunto para a religião, para as exigências morais de uma alegada super-inteligência invisível, para o que acontece depois da morte, e subitamente já tudo é possível.»

«Nós não respeitamos as crenças de outros. Em todos os assuntos nós avaliamos as suas razões. Se eu chegasse aqui e dissesse ‘o holocausto nunca existiu’, vocês não teriam qualquer obrigação de respeitar a minha crença a respeito da história da Europa.
Nós não respeitamos os negacionistas do holocausto, os negacionistas não se tornam reitores de universidades; as pessoas que acreditam que o Elvis está vivo não se tornam senadores. Nós não aprovamos leis contra a adoração do Elvis ou a negação do holocausto, mas marginalizamos com sucesso tais pontos de vista.

Em qualquer aspecto da nossa vida, estar muito certo de algo com um número reduzido de provas ou indícios, ou em contradição com um enorme número de provas ou indícios é sinal que algo está errado com essa mente, é sinal de que não se pode confiar nessa pessoa.
E no entanto, no que respeita à Fé, nós adulteramos as regras completamente. […]

Quando acreditamos que algo é verdadeiro, estamos a esforçarmo-nos por representar a realidade nos nossos pensamentos. É a diferença entre crença e desejo […] E ou temos boas razões para as nossas crenças, ou não temos.
Em todas as áreas da nossa vida, nós exigimos boas razões e desconfiamos de quem não tem boas razões para as suas crenças fundamentais.

Realmente existe um conflito entre religião e ciência.
Tem havido muita produção académica a respeito de tal conflito. Realmente existe um conflito aqui. Porque em última análise o que está em jogo é ter boas razões ou más razões. Todas as religiões fazem alegações a respeito de como o mundo funciona, todas elas descrevem como é que a realidade funciona.
Ou Jesus vai voltar, ou não. Se ele voltar, vindo das nuvens, o critianismo perdurará revelado enquanto ciência. Será a ciência do cristianismo. E qualquer cristão que quiser poderá dizer ‘bem te avisei – aqui está ele, olha para os seus poderes mágicos’, e qualquer cientista mentalmente são será convencido por uma demonstração suficiente de poderes mágicos. Estas alegações parecem ser factuais.»

10 de Novembro, 2006 Palmira Silva

Os bailes da pureza


Uma das últimas modas entre os fundamentalistas cristãos norte-americanos são os bailes da pureza em que os fanáticos cristãos se comprometem a defender a «pureza» das respectivas filhas pré-adolescentes e adolescentes e estas prometem manterem-se sexualmente «puras» até ao casamento. Ou mais concretamente:

«Eu prometo manter-me sexualmente pura… até ao dia em que ofereça o meu corpo como prenda de casamento ao meu marido… eu sei que Deus me exige isso».

Ao que o pai responde:

«Eu escolho perante Deus proteger a minha filha como a sua autoridade e protecção na área da pureza. Eu serei um homem íntegro e responsável enquanto a dirijo e guio e rezo pela minha filha e serei o sumo sacerdote da minha casa».

Absolutamente arrepiante! Uma regressão assustadora para uma sociedade patriarcal em que as mulheres são meras mercadorias ao cargo de homens, e em que o «sumo sacerdote» se encarrega de assegurar que a mercadoria não é «estragada» até a entregar ao domínio de outro homem! Mais uma expressão clara da misoginia do cristianismo, nomeadamente evidencia a falta de confiança nas «imorais» Evas cuja sexualidade deve ser estritamente controlada por homens!

9 de Novembro, 2006 Ricardo Alves

Vitória para a liberdade de expressão na Turquia

A historiadora turca Muazzez Çig foi absolvida da acusação de «incitamento ao ódio religioso» num julgamento em Istambul. A acusação partiu de um advogado muçulmano e baseou-se no facto de a historiadora, que tem 92 anos de idade, ter escrito num livro que o véu foi usado pela primeira vez por sacerdotisas sumérias que iniciavam sexualmente rapazes como parte de rituais de fertilidade.

Muazzez Ilmiye Çig é reconhecida na Turquia como uma especialista na civilização suméria, mas tabém como uma laicista militante. Já escreveu à mulher do actual primeiro ministro (o islamista Recep Erdogan) aconselhando-a a que desse o exemplo e não usasse o véu islâmico em público.

À saída do tribunal, Muazzez Çig foi aplaudida por uma multidão.