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Categoria: Catolicismo

12 de Novembro, 2013 Carlos Esperança

Hitler e a ICAR

Em, 1933 os nazis obtiveram 43,9%. Com os aliados nacionalistas de direita (DNVP) lideraram uma coligação de maioria parlamentar de 51.8% mas, para legitimar o Ato de Habilitação ao Poder, Hitler precisava de conseguir uma mudança constitucional.

Von Papen, com o líder do Partido Centrista católico Monsenhor Ludwig Kaas, elaborou um acordo entre o Papa Pio XI e o Cardeal Pacelli (o futuro Papa Pio XII).

Em retribuição a esse acordo, o partido Central deu o apoio parlamentar necessário para passar oAto, e uma maioria constitucional de dois terços foi obtida. Os 31 votos do Partido Centrista, adicionados aos votos dos partidos burgueses de classe média e dos Nacionalistas de direita, deram a Hitler o direito de governar por conta própria e de abolir diversos direitos civis. (Da Wikipédia)

11 de Novembro, 2013 Carlos Esperança

Momento zen de segunda_11_11_2013-11-11

João César das Neves(JCN), ex-assessor do PM Cavaco Silva e raro bem-aventurado, capaz de ser canonizado em vida, começa a homilia de hoje, no DN, por um rasgado elogio ao livro de José Sócrates e uma identificação de pontos de vista sobre a tortura em democracia.

Limita-se a apontar-lhe uma contradição de fundo entre o que pensa sobre a ilicitude da tortura e, pasme-se, a sua «liberalização do aborto pela Lei 16/2007 de 17 de Abril e a sua banalização pela Portaria 741-A/2007 de 21/Junho».

Quando fala do aborto, JCN parece um indivíduo acossado pelo medo da retroatividade.

O que o devoto JCN diz não entender é poder alguém, que defende como “imperativo categórico»  que «a vida humana é única, singular e insubstituível», defender o aborto, porque – diz o devoto –, «o paralelo é inevitável». Para JCN «a vítima do aborto não sofre apenas a dor extrema e a cruel indignidade, mas fica impedida de nascer e ver o sol, anulando-lhe na morte a mais ínfima partícula de identidade».

Para JCN, embrião e o feto são almas que nem ao Purgatório têm direito, pessoas que mesmo anencéfalas ou que possam provocar a morte da mãe, devem ser defendidas em nome do seu Deus, tal como o fruto de uma violação. No fundo, a própria ejaculação de um sonâmbulo adolescente é um dramático genocídio involuntário.

«Certamente que, com a análise sofisticada que faz no seu volume, o autor não usará a escapatória indigna de dizer que o embrião ainda não é uma pessoa, omitindo-o assim dos seus princípios. Não só se trata indiscutivelmente de uma vida humana, mas esse argumento cai no rol das múltiplas negações da humanidade dos terroristas, que ele tão bem desarma na sua tese».

Com esta tirada, JCN considera a IVG como a negação da humanidade dos terroristas que a aceitam.

Tarda o processo de beatificação que merece JCN, um embrião que chegou à idade adulta.

6 de Novembro, 2013 Carlos Esperança

6 de novembro

1936 – Há 77 anos principiava o cerco a Madrid pelas tropas franquistas, enquanto o Governo republicano se mudava para Valência.

Os demónios nazi-fascistas, que andavam à solta pela Europa, tinham ali a sua primeira e decisiva batalha, de muitas que iriam ganhar na orgia de sangue que rasgou a Europa e alastrou pelo mundo.

O golpe militar que começara em 17 de julho, em Marrocos, era já um impetuoso ajuste de contas contra a democracia e a República. Hordas de militares e de sotainas, ávidas de sangue, esperavam às portas de Madrid. No céu travou-se a primeira batalha aérea. A Legião Condor, constituída na Alemanha, experimentava as novas armas de destruição.

Em Portugal, a ditadura salazarista servia de retaguarda ao fascismo espanhol. O Rádio Clube Português era o instrumento de propaganda dos sediciosos. Os Viriatos, em zelo fascista, emigravam ao encontro do franquismo numa aventura cruel que terminou com a vitória fascista, em 1939, e continuou com fuzilamentos sistemáticos ordenados pelo genocida Francisco Franco.

Nunca a aliança entre as mais brutais forças fascistas e as mais horríveis hostes clericais tinham dado origem a semelhante violência, a tamanho morticínio, a tão cruel vingança.

3 de Novembro, 2013 Carlos Esperança

O 1.º de novembro e as visitas aos fiéis defuntos

A Igreja católica, para quem todos os dias são santos, goza em Portugal da redundância de ter dias santos reforçados. Nem a laicidade do Estado, nem a secularização, a fizeram abdicar de um privilégio que a progressiva entrada de novas religiões no mercado da fé vão tornar conflituoso. Adiante.

O dia 2 de novembro é o dia que a liturgia católica designou por Dia dos Fiéis Defuntos, dia em que, talvez por respeito aos defuntos menos recomendáveis, passou a designar-se por Dia de Finados ou dos Mortos, que abarca o universo dos que entraram em perpétua defunção, sem qualquer distinção de credos, raças, pecados ou afeições eclesiásticas.

Sendo o dia 1 de novembro feriado, desde os tempos do salazarismo, considerado pela Igreja católica como Dia de Todos os Santos, grande parte dos portugueses habituou-se a usar esse dia para homenagear os mortos, um hábito de numerosos povos e culturas, indiferente à antecipação de 1 dia em relação à liturgia. A própria Igreja se habituou à celebração de dois em um, designando a data ‘Dia de Todos-os-Santos e dos Finados’.

O Governo atual começou o ataque aos trabalhadores pela extinção de feriados e, na sua impetuosa sanha, aboliu quatro, após sondar a Igreja católica, e só essa, para abdicar de dois, enquanto ele, sem memória, cultura ou vergonha, rasurava duas datas identitárias, o 5 de Outubro e o 1.º de Dezembro.

Os bispos, mal refeitos da alegria da extinção do 5 de Outubro, renunciaram ao Dia do Corpo de Deus, talvez para não terem de explicar como é que um espírito tem corpo, e ao dia da Senhora da Assunção, efeméride que celebra a assunção do corpo da Virgem Maria ao Céu, facto de que se ignora a data, o meio de transporte e o local de destino.

Mas Bento XVI, que nessa altura estava ainda ao serviço ativo de Deus e da sua Igreja, disse que o dia da Senhora da Assunção era de grande significado e imprescindível. Foi assim que o dia 15 de agosto engoliu o 1.º de Novembro.

Eis como o dia 1 de novembro se tornou um enorme fracasso para vendedores de flores, velas e outra quinquilharia pia, com a perda da importância eclesiástica que, nesse dia, tinha audiência garantida para missas, novenas e orações pelas alminhas do Purgatório.

Bento XVI prestou um bom serviço à diminuição da religiosidade que resta.

2 de Novembro, 2013 Carlos Esperança

BÍBLIA – CONTRADIÇÕES (2 de 4)

Por

João Pedro Moura

6- Depois de ter acalmado a tempestade, Jesus e os seus discípulos chegaram à região de Gadara (ou Gerasa). Quantos homens possuídos pelo demónio saíram dos seus túmulos?

Um: Marcos 5,2.

   Dois. Mateus 8,28 diz que foram 2 homens.

7- Quando Jesus entrou em Jerusalém, cavalgava um ou dois burros?

Um: Marcos 11,7.

       Dois: Mateus 21,7.

8- Como é que morreu Judas Iscariotes?

Enforcou-se cheio de remorsos por ter entregue Jesus: Mateus 27,5.

       Ele caiu morto no solo do campo que tinha comprado e os seus intestinos rebentaram e espalharam-se pelo chão: Actos dos Apóstolos 1,18.

9- Quantos dias se passaram entre a ressurreição de Jesus e a sua ascensão ao céu?

1: Lucas 24.

       40: Nos Actos dos Apóstolos 1,3-9

10- Quando é que Satanás entrou em Judas Iscariotes?

Vários dias antes da última ceia: Lucas 22,3.

Durante a última ceia: João 13,27

Caros leitores:

Temos 2 narradores bíblicos, inspirados por “deus”. Um diz que Jesus recebeu um endemoninhado, saído do túmulo; outro diz que foram dois.

Um diz que Jesus andava num jumentinho; outro diz que foram um jumentinho e uma jumenta.

Na cena fulcral da pós-ressurreição, um narrador diz que Jesus, o ressurreto, ascendeu ao céu 1 dia depois dessa extraordinária e sobrenatural operação; outro disse que ascendeu ao jardim da celeste corte 40 (quarenta!!!) dias depois da ressurreição. 1 dia… 40 dias… é apenas um pormenor…

Como é que é possível um narrador ver o JC subir ao céu, 1 dia depois da ressurreição e outro dizer que não… que ele andou ainda 40 dias a pastorear e a propagandear os amanhãs que cantam, e só depois é que ascendeu à estratosfera celestial, perante o testemunho dos apóstolos, tanto no caso do 1 dia como no caso dos 40 dias???!!!…

Mas que palhaçada vem a ser esta???!!!

Que inspiração divinal é esta, que leva narradores da obra fundamental do cristianismo a escreverem coisas contraditórias sobre o mesmo facto???!!!

Então não vêem o que se passa???!!! E se não são testemunhas coevas, então não foram informados por uma força superior e divinalmente orientada (espírito santo?)???!!!

Duas narrativas contraditórias anulam-se mutuamente! Lógico!

O que é que os religionários pensam disto?! E o papa Chico?!

1 de Novembro, 2013 Carlos Esperança

A burla é rentável. Mantenha-se!

O Papa Francisco permitiu expor pela primeira vez ao público o manuscrito da “Terceira Parte do Segredo de Fátima” no santuário da Cova de Iria.

O empréstimo do manuscrito foi autorizado pelo Papa Francisco em junho e será a peça “de maior valor simbólico” que integra a mostra “Segredo e Revelação”, que é inaugurada a 30 de novembro, explicou o comissário da exposição, Marco Daniel Duarte, que é também diretor do Museu do Santuário de Fátima.

22 de Outubro, 2013 Carlos Esperança

22 de outubro de 1945

pide

 

 

Faz hoje 68 anos que a ditadura fascista criou a PIDE, alargando a ação repressiva e o poder discricionário da extinta Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE).

Evocar o seu nome ainda provoca calafrios. Parece que uma amnésia coletiva se abateu sobre os portugueses que facilmente esquecem o que os envergonha ou o que os oprime.

Não defendeu apenas a ditadura, protegeu também a Igreja católica

 

22 de Outubro, 2013 Carlos Esperança

A FRASE

«Vamos correr atrás deste Papa que, desde que chegou, não parou»

(João César das Neves, maratonista que correu sempre atrás de qualquer Papa).

20 de Outubro, 2013 Carlos Esperança

Escândalo na Guarda – Cenas do início do Séc. XXI

No Ano da Graça de 2005 houve na Guarda um pio escândalo, humano e divertido. Só surpreendeu o silêncio da comunicação social, que, tão ávida a espreitar pelo buraco da fechadura dos políticos, não se atreveu a explorar um escândalo religioso.

Junto ao antigo Hospital Distrital e, até há poucos anos, local das Urgências, havia, e há, um lar de idosos. Ali esteva internada D. Márcia, depois de enviuvar, carregada de anos e de haveres, até Deus ser servido de a chamar à sua divina presença, como soe dizer-se.

No início dormia no excelente apartamento que comprara, ali próximo, e passava o dia no lar, onde comia, com pessoas da sua idade. Depois passou a pernoitar e ocupou um ótimo quarto que os rendimentos lhe permitiam pagar.

D. Márcia não teve filhos. Era muito devota, temente a Deus, amiga da missa, confissão e eucaristia. Rezava o terço desde o tempo em que a irmã Lúcia o recomendou contra o comunismo a rogo da Virgem que poisava nas azinheiras.

No lar, além do tratamento esmerado, tinha a solicitude cristã de piedosas freiras que a assistiam nas rezas e nos caprichos – jovens cuja beleza o hábito resguardava, mulheres espantosas a quem a fé não destruiu a natureza.

A solidariedade cristã levou D. Márcia a emprestar-lhes a chave do apartamento para pias reuniões que as esposas do Senhor certamente fariam ‘ad majorem Dei gloriam’.

Uma noite D. Márcia foi a casa e, estupefacta, escutou suspiros cuja origem a idade não lhe permitia recordar. Sentiu alegria no ar, risos, satisfação, quiçá, gemidos de êxtase.

Perante a dúvida, primeiro, e a indignação, depois, não era uma cerimónia litúrgica, o calvário recriado aos pulos ou o mês de Maria, com coreografia, o que D. Márcia viu. Eram as freiras e mancebos desnudos, numa cerimónia coletiva a evocar Adão e Eva no Paraíso. E a folgarem.

D. Márcia achou perdido o mundo e exigiu a chave, o provedor da Misericórdia e a diocese transferiram as freiras para parte incerta, a cidade murmurou, exultaram os ímpios e cochichou-se pelos becos.

O escândalo foi abafado, certamente para evitar perturbações familiares aos homens casados e às freiras um despedimento sem justa causa.