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Categoria: Laicidade

5 de Março, 2011 Carlos Esperança

Em defesa da laicidade

Cem mil cartazes e 400 mil folhetos foram lançados pelo governo francês nesta sexta-feira (04/03), em uma campanha publicitária sobre a lei que proíbe o uso da burca e do niqab, véu  que cobre todo o rosto deixando apenas os olhos à mostra em espaços públicos. Continua…

21 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Egipto: ser ou não ser islâmico

  • «O Islão é a Religião do Estado. O Árabe é a língua oficial, e a principal fonte de legislação é a Jurisprudência Islâmica (chária).» (Artigo 2º da Constituição do Egipto)
Centenas de egípcios, principalmente cristãos coptas, pediram ontem nas ruas a revogação do artigo 2º da Constituição egípcia. Compreende-se porquê. Um Estado com religião de Estado, seja essa religião a cristã, a judaica ou a islâmica, não é um Estado para os cidadãos. É um Estado para a divindade, para o além, para o que quiserem, mas não é um Estado para os problemas reais dos cidadãos concretos no único mundo que todos temos a certeza de existir. No ano em que o mundo árabe entrou em convulsão, há clérigos como o Grandessíssimo Cheik da Universidade Al-Azhar que consideram «subversão» revogar o artigo supra. A Irmandade Islâmica deve concordar. Os homens e mulheres livres, antes pelo contrário.
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
20 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Tunísia: a vanguarda laicista do Magrebe

Há três meses atrás, seria considerado louco quem manifestasse a esperança de ver uma manifestação pela laicidade nas ruas de uma capital do Magrebe. Pois aconteceu ontem, em Tunes.

O pretexto imediato foram eventos como o assassinato de um padre católico, uma manifestação islamista anti-semita diante de uma sinagoga, e a tentativa, por islamistas, de incendiar uma rua de prostituição. A manifestação que podemos ver no filme afirmou claramente os valores da laicidade, da tolerância e da paz. Contra o perigo islamista.
Se existe um risco real de a revolução egípcia ser anulada pelos generais ou pelos islamistas, na pequena Tunísia há sinais de um movimento laicista e democrático que poderá desmentir todos os «civilizacionistas» e xenófobos que há décadas nos tentam convencer que um país árabe de população muçulmana não poderia nunca ser uma democracia laica.
Discute-se a perseguição às prostitutas; o véu islâmico; o papel das mulheres; o lugar da religião na vida pública; no fundo, a laicidade. Vivemos tempos de incerteza, mas fascinantes. A Tunísia, país da primeira revolução democrática árabe, dá-nos esperança de que tudo corra pelo melhor.
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
20 de Fevereiro, 2011 Carlos Esperança

Sur la bonne voie…

Por

E – Pá

Marek Rybinski - foto dnia/news/polski

Cerca de 1 mês após a fuga de Ben-Ali, a Tunísia, enfrenta as primeiras questões sobre a laicidade do futuro regime.

O rastilho que acabou por provocar a primeira manifestação pela laicidade na Tunísia foi o assassínio de um pastor católico polaco, Marek Rybinski, nas proximidades de Tunes, ao que parece, envolvendo esbirros “benalistas”.

O governo interino da Tunísia apressou-se a condenar este atentado à vida e a intolerância religiosa que lhe está subjacente.
No entanto, é de registar que o principal movimento islamita tunisino, Ennahda, também condenou, veementemente, esta morte. Mais, o Ennahda, denunciou este caso como “uma manobra para desviar os tunisinos dos objectivos da revolução”liberation.frEntretanto, na rede social Facebook circula uma petição mais concreta: “Por uma Tunísia laica” e “Fim aos actos extremistas”

19 de Fevereiro, 2011 Carlos Esperança

Registo Civil Obrigatório – 1.º Centenário

Em 18 de Fevereiro de 1911, há cem anos, a inscrição obrigatória de todos os portugueses no Registo Civil, independentemente da confissão religiosa, a República transferiu da esfera paroquial para a tutela do Estado o registo das pessoas que passaram a ser cidadãos sem necessidade de baptismo.

A lei que instituiu o Código do Registo Civil precedeu a promulgação da Constituição da República Portuguesa e obrigou a que todos os registos paroquiais (baptismos, casamentos e óbitos) anteriores a 1911 gozassem de eficácia civil e fossem transferidos das paróquias para as Conservatórias do Registo Civil, recém-criadas.

Laicizaram-se os nascimentos, casamentos e óbitos passando a actos civis as meras cerimónias litúrgicas da religião do Estado. Em breve, em 20 de Abril de 1911, a “Lei da Separação da Igreja do Estado daria à República o carácter laico que a colocou na vanguarda da modernidade.

Não foi pacífica a medida que transferiu o monopólio dos padres católicos para os funcionários civis e concedeu a todos os portugueses o direito de que apenas os católicos usufruíam.

Hoje, 100 anos volvidos, nem o mais empedernido dos crentes contesta a legitimidade e o alcance social da lei que a República criou num país a quem a monarquia tinha legado mais de 75% de analfabetos.

14 de Fevereiro, 2011 Eduardo Patriota

Deputado quer ensino religioso obrigatório na rede pública

Um retrocesso, para dizer o mínimo. A autonomia do estado como entidade supra religiosa garante à todos a igualdade e liberdade para professar a fé que desejar.

Não contente com isso, o Pastor e Deputado Federal Pastor Marco Feliciano, líder do Ministério Tempo de Avivamento, protocolou no dia 9 na Câmara a sua primeira Proposição de Projeto de Lei. O primeiro projeto tem foco na área da educação no Brasil, trata-se do Projeto de Lei n. 309/2011 que visa alterar o art. 33 da Lei n.º 9.394/96 e tornar obrigatório o ensino religioso em toda redes de escolas públicas do Brasil.

Afinal, vão ensinar o que numa aula de religião? Que deus é bom? Isso é coisa para o TEMPLO religioso, não para uma escola. Escola transmite valores civis e formação educacional. Só isso.

Tenho “fé” nos inúmeros casos fracassados de tentativa de invasão da religião na esfera pública e só me resta torcer para que a laicidade no Brasil siga firme, senão, talvez eu não estivesse aqui, livre, escrevendo sobre estes assuntos…

13 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Tunísia: um bom sinal e um bom precedente

A revolução tunisina, neste momento, já entrou na fase constituinte: discute-se qual dever ser o figurino do regime que virá.

Não é por acaso que se discute a laicidade (ver aqui, por exemplo). E a Tunísia, ao contrário de outros países árabes, tem um passado de afirmação da laicidade. Veja-se, no filme de baixo, o gesto arrojado do primeiro presidente da Tunísia, Bourguiba, há meio século atrás.

Bourguiba proibiu a poligamia, autorizou o divórcio e legalizou a IVG. Mais importante, promoveu fortemente o ensino público gratuito, obrigatório e não religioso. Em 1964, bebeu um sumo de laranja em público, em pleno Ramadão (desafiando, portanto, um interdito religioso). Foi deposto por Ben Ali em 1987.

4 de Fevereiro, 2011 Eduardo Patriota

Justiça permite aborto de feto anencéfalo em SP

Uma vitória do bom senso!

Um casal conseguiu na Justiça, nesta terça-feira (1), liminar que permite o aborto de feto anencéfalo, com cerca de seis meses da gestação. O pedido foi feito pela Defensoria Pública de São Paulo, em São José do Rio Preto (438 km de SP).

Não faz sentido algum, sob a ótica jurídica ou mesmo médica, prolongar uma gestação em que inexiste a possibilidade de sobrevida do feto“, afirmam os defensores Júlio Cesar Tanone e Rafael Bessa Yamamura, na ação.

A Defensoria argumenta que a avaliação médica foi de que não havia possibilidade de tratamento para a má formação do feto e que a continuidade da gravidez poderia trazer riscos físicos e psicológicos à mulher.

3 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Espectáculo papal sim, ajuda ao terceiro mundo não

O governo liberal-conservador de David Cameron, soube-se agora, não teve escrúpulos em desviar quase dois milhões de libras, previstos para ajuda ao terceiro mundo, para financiar… a visita do sr. Ratzinger.

A notícia está a causar escândalo no Reino Unido, onde a pompa e excesso da visita do papa, em Setembro passado, é escrutinada com rigor. Sabe-se já que custou, no total, cerca de dez milhões de libras.

Entretanto, não sabemos qual foi o custo da visita do mesmo senhor a Portugal, em Maio. Provavelmente, foi muito superior.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

30 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Espanha – A ICAR parasita o Estado

O Estado tira 300 euros a cada espanhol para dá-los à Igreja Católica

Em pleno século XXI, em Espanha ainda está por conquistar a separação do Estado e da Igreja com o que isto representa de direitos para todos.

Isto suporia a anulação dos acordos franquistas e a sua continuação, uma escola pública e laica, a não participação dos responsáveis públicos em actos de carácter religioso e que não utilizem símbolos religiosos nos actos públicos, assim como o auto-financiamento das igrejas, e que não se lhes permita a apropriação ilegal e ilegítima do património público e privado.