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Categoria: Não categorizado

11 de Janeiro, 2007 Palmira Silva

Furacão Macedo

Versão melhorada do novo logotipo da DGCI, igualmente da Associação República e Laicidade

Os devotos do costume, que consideram estar acima da lei todos os que agem em nome de um mito, regurgitaram os comentários «piedosos» a que já nos habituaram no post que informava a clara violação da lei nacional cometida por Paulo Macedo, director-geral dos Impostos, que, para além de violar a laicidade do Estado, é igualmente intimidatória para todos os funcionários da DGCI que não frequentem missas e demais manifestações católicas. Para além, claro, de ser uma «estratégia manhosa do dr. Macedo para impor ao Governo a sua recondução com um vencimento superior ao de George Bush»!

A falácia encontrada para justificar a violação da lei cometida pelo devoto Opus Dei assentava nas supostas ética e eficiência profissionais exemplares que seriam o ex-libris do dito alto funcionário do Estado português, agraciado por obra e graça de espírito santo Manuela Ferreira Leite com poderes e salário inauditos (para além de beneficiar da revolução informática, que não obstante os seus esforços em contrário, agilizou as Finanças).

Por informação de um dos nossos leitores mais atento parece-me que as exemplares virtudes éticas e profissional apontadas se resumem ao proselitismo e devoção católicos de que deu provas q.b., nomeadamente na presteza com que interpretou da Concordata a isenção da Igreja em sede de impostos.

Por exemplo, em relação à «exemplar» ética fiquei a saber que:

«Paulo Moita de Macedo, o director- geral dos Impostos, a quem foi instaurado um ‘processo de execução fiscal’ por dívidas em contribuição autárquica referente a 2001, viu a sua propriedade na aldeia de Santo Estêvão, concelho de Benavente, avaliada em 70 mil euros, quando os preços de mercado ‘atingem algumas centenas de milhares de euros, de acordo com algumas fontes. É uma “casa de campo’, afirmam, que facilmente ultrapassa a quantia apurada para efeitos fiscais.»

Em relação à eficiência profissional parece-me muita parra e pouca uva, isto é, como confirma o Jumento, muita propaganda, poucos resultados:

«continuam por cobrar nos serviços de Finanças 13,98 mil milhões de euros, um valor que equivale a 9,5% do PIB português, noticia hoje o Jornal de Negócios.

Esta dívida tem vindo a crescer todos os anos, desde pelo menos 2001, e daria para pagar dois défices orçamentais. De acordo com o Relatório de Actividades da Direcção Geral dos Impostos (DGCI) de 2005 (…) Este valor cresce 4% em relação a 2004 quando a administração fiscal se tinha comprometido a reduzi-lo em 9,4% no período de um ano».

11 de Janeiro, 2007 Palmira Silva

A laicidade das Finanças

Paulo Macedo, director-geral dos Impostos e quadro do BCP, encomendou uma missa de acção de graças pela DGCI e pelos seus funcionários, para que todos – independentemente da confissão ou falta dela – foram convocados. A cerimónia realizou-se ontem, às 18 horas e 30 minutos, na Sé de Lisboa.

Certamente que o quadro do banco do Opus Dei, que aufere de um vencimento bruto superior a 23 mil euros, terá muito que agradecer à «Obra divina» pelo facto de permanecer há mais de dois anos em flagrante violação da lei que determina não poderem ter salário superior ao do primeiro-ministro (5.360,58 euros) os altos dirigentes do Estado.

E, como afirma Eduardo Moura num artigo absolutamente indispensável no Jornal de Negócios:

«Visto por dentro da convicção religiosa, como é normal numa Missa de Acção de Graças, tudo se passa de acordo com os princípios e os credos próprios da Igreja Católica e ninguém que partilhe estas convicções se sente estranha ao agradecer e encomendar ao divino a sua sorte passada e sua futura fortuna. Nem tão pouco estranha que Deus tenha tanta coisa a ver com a cobrança de impostos, com a eficácia da máquina fiscal, com o cumprimento da lei de um Estado, que tanta outra gente julga ser laico».

Mas exactamente por o Estado ser laico (supostamente) e por estarmos numa altura em que a Igreja e seus apaniguados não olham a meios para conseguirem coagir os portugueses ao voto no NÃO no referendo que se aproxima, estas manobras inadmíssiveis do devoto católico devem ser denunciadas e protestadas! E não só devem ser exigidas explicações a quem de direito, o ministro das Finanças, como garantias de que uma aberração destas não se venha a repetir!

Como remata Eduardo Moura:

«Mas também é evidente que a quantidade de maus exemplos não só não legitima novos casos, como se trata de situações invisíveis para a comunicação social. Todas os actos religiosos praticados em nome do Estado são ilegítimos e como tal devem ser tratados.

É pois inaceitável que o Ministério das Finanças, dando cobertura ao sucedido, venha explicar que iniciativas como estas não põem em causa a laicidade do Estado.

Fernando Teixeira dos Santos terá de explicar como é que uma convocatória para uma missa que seguiu a cadeia hierárquica, transmitida de chefia para chefiados, não fere o princípio do Estado laico.»

11 de Janeiro, 2007 Palmira Silva

Pastoral do dízimo


Satã não é para brincadeiras e actua de formas misteriosas. Segundo o pastor evangélico Josué Yrion, um bem sucedido caçador de dízimos bruxas, converte os mais incautos ao satanismo via … os perversos filmes da Disney. Já sabem: Pocahontas é apenas mais um nome para o Mafarrico!

10 de Janeiro, 2007 lrodrigues

É tão giro ser católico!

A «BBC» noticia que na África do Sul foram colocados à venda preservativos que se colocam em apenas um segundo.

Willem van Rensburg, o criador deste preservativo, comercializado com a marca «Pronto», espera encorajar uma maior generalização do seu uso na África do Sul, um país onde 5,5 milhões de pessoas estão já infectadas com o vírus da SIDA.

Com efeito, as pesquisas sobre o problema da SIDA na África do Sul revelam que o fraco uso do preservativo é um factor que contribui enormemente para as grandes taxas de infecção com o vírus do HIV.
A comercialização de um preservativo muito fácil de usar poderá contrariar essa tendência.

Como é óbvio, a comercialização do preservativo «Pronto» vai encontrar opositores.
Para já espera-se os comentários dos mui católicos ex-vice presidente sul africano Jacob Zuma, que afirmou que lhe bastava tomar um duche depois de ter tido relações sexuais não protegidas com uma mulher seropositiva para não contrair o vírus da SIDA, e da ministra da saúde Manto Tshabalala-Msimang, que ficou a ser conhecida pela «Doutora Beterraba» depois de ter aconselhado os portadores de HIV a comerem alimentos nutritivos como alho e beterraba.

Como se continua também a esperar a fanática oposição da Igreja Católica, de fortíssima implantação e influência na África do Sul, ao uso do preservativo.

De facto, é muito giro ser católico!
Porque, mesmo que de vez em quando se levantem, mesmo internamente, vozes de oposição, que cedo são obviamente abafadas, a Igreja Católica, para gáudio de uns e com a complacência de outros, que apesar disso continuam, babados, a achar que é muito bonito intitularem-se católicos (mesmo que com aquela curiosíssima característica de «não praticantes»), continua a dar mais importância e valor a um dogma religioso inspirado numa imbecil historieta bíblica, do que à própria vida humana.

Mesmo que nessa vida humana, claro, já bata um coração…

(Publicado simultaneamente no «Random Precision»)
10 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

A ICAR e o aborto

Surpreende-me a violência dos ataques dos movimentos pró prisão aos que pretendem, apenas, que as mulheres (quase sempre pobres) não sejam alvo de devassa da sua vida íntima, da perseguição policial e do julgamento que as pode conduzir à prisão.

Surpreende-me que a Igreja católica, que foi violentamente contra a despenalização do aborto nos casos de malformação do feto, perigo de vida da mãe e violação, mantenha hoje o discurso trauliteiro e as mesmas imagens obscenas de então.

Surpreende-me que, enquanto em Portugal os 20 bispos titulares de dioceses, sem uma única excepção, se empenhem em manter a violência legal contra as mulheres, que em desespero recorrem à interrupção voluntária da gravidez, os bispos de Malta mantêm a mesma intolerância em relação ao divórcio e os de Timor no que diz respeito ao uso de contraceptivos.

Surpreende-me que os recursos financeiros sejam tão amplos para os defensores da prisão e tão escassos para os partidários da despenalização.

Surpreende-me, ainda, que o único Estado do mundo sem maternidade – o Vaticano -, se empenhe tão denodadamente na coacção das consciências e no desafio à legalidade (caso de um clérigo que já ameaçou fazer campanha na missa do próprio dia do referendo).

Surpreende-me, finalmente, que um país laico tivesse ficado refém da vontade clerical sem ter resolvido o problema da IVG em sede própria, na Assembleia da República, um problema de saúde pública que atira as mulheres pobres para o vão de escada, a prisão e o cemitério.

Ler artigo: Diário de Notícias – Publicado em Diário Ateísta/Ponte Europa

10 de Janeiro, 2007 Ricardo Alves

A insinuação

A grave insinuação contida na frase de cima foi escrita por um padre católico. Se viesse de qualquer outro cidadão, ele seria interrogado pelos jornalistas e responsabilizado se não a conseguisse justificar. Como foi um aspirante a ditador, será convenientemente ignorada. Com muito «respeitinho» beato.
10 de Janeiro, 2007 jvasco

Ordenação Criacionista

«Para quem se interessa por informática, está aqui um excelente contributo criacionista: um algoritmo de ordenação por design inteligente.

Como a probabilidade de um dado conjunto de elementos ter a ordem que tem por mero acaso é muito reduzida, conclui-se que foi ordenado por um Criador duma forma perfeita, mesmo que incompreensível para nós. Assim a melhor forma de ordenar qualquer conjunto é deixá-lo como está.

(Via Pharyngula

——————————–[Ludwig Krippahl]

10 de Janeiro, 2007 Palmira Silva

O cardiocentrismo do não


Na falta de argumentos, os cruzados pelo NÃO no referendo de 11 de Fevereiro próximo apostam numa dramatização demagógica e falaciosa da respectiva campanha, dramatização de que o primeiro cartaz, produzido em quantidades massivas e afixado profusamente pelo menos em Lisboa, é um exemplo acabado.

O cartaz, que interroga em letras garrafais «Abortar por opção quando já bate um coração?» é uma ilustração perfeita de um apelo à emoção primário que remete subliminarmente para o paradigma mariano da mulher e para as arcaicas e anacrónicas concepções cardiocêntricas do homem que se encontram na mitologia cristã.

Isto é, o cartaz que suplica uma resposta negativa do eleitorado, subentende que as mulheres são sub-humanos incapazes de opções morais e como tal deve ser a nossa sociedade (ainda) patriarcal, mais concretamente a classe médica, a única detentora da capacidade de decisão sobre a interrupção de uma gravidez. Ou seja, subentende-se do cartaz que o «crime» não é o aborto mas sim permitir que uma leviana e fútil mulher opte por ele!

Por outro lado, o cartaz remete a uma visão cardiocentrista do homem, completamente obsoleta como tive ocasião de relembrar em Outubro último:

Esta visão cardiocentrista induzida por superstições míticas que podemos fazer remontar aos antigos egpcíos é mantida no cristianismo e persiste até ao século XVII, não obstante os atomistas, nomeadamente Demócrito – que classificou o cérebro como a «cidadela do corpo», o «guardião do pensamento e da inteligência» – e outros pensadores como Hipócrates, Herófilo ou Galeno, terem colocado o cérebro como responsável pelo ser do homem.

Na realidade, é no cérebro e não no coração – como pretende toda a mitologia cristã, que na linha aristotélica privilegia a tese «cardiocentrista», aquela que confere ao coração o monopólio da razão e das paixões – que devemos procurar a explicação do «ser» do homem, em que este ser inclui o «ser» social e moral, que evolui com a encefalização do homem.

Isto é, o batimento do coração nem sequer traça a fronteira entre a vida e morte. De facto, a morte clínica é decretada actualmente pela ausência de actividade cerebral não pela morte do sistema cardio-vascular. É a morte cerebral que indica que uma pessoa morreu, não a «morte» cardíaca. Aliás, o coração vivo de um ser biológico que já não consideramos uma pessoa pode ser transplantado sem alterar a individualidade de quem o recebe, sem lhe alterar o «ser» que nos distingue dos restantes animais.

Se não é no coração que encontramos o ser do Homem, se é a vitalidade do sistema nervoso central que delimita a fronteira entre vida e morte de uma pessoa, porque razão os paladinos de óvulos e espermatozóides e cruzados contra a possibilidade de opção pela mulher, que insistem em não ter motivação religiosa a sua posição pró-prisão, recorrem à mitologia cristã e não à ciência no primeiro cartaz que debitam?

Não é o batimento do coração indicador que a ciência utilize para decretar a morte de uma pessoa. Porque razão consideram os pró-prisão que os parâmetros consensualmente aceites para delimitar o fim da vida de uma pessoa não são aplicáveis para delimitar o seu início?

10 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

Bento XVI recusa convite

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) revelou que B16 recusou o convite para o encerramento das celebrações dos 90 anos de Fátima.

A CEP obrigou o Sapatinhos Vermelhos a armar uma desculpa para não se aventurar na festa comemorativa da maior burla que a ICAR forjou na luta contra o comunismo e no ódio vesgo ao 5 de Outubro de 1910.

A Virgem que puseram a saltitar, de azinheira em azinheira, para os pastorinhos, em que uma ouvia e via, o que o padre lhe dizia, outro só ouvia, e a terceira não via nem ouvia, é hoje o símbolo do Portugal beato, analfabeto e supersticioso onde germinava o ódio à República e o horror à laicidade.

Em 1917 o Sol andou às cambalhotas na Cova da Iria tão doido como beatos que viajam de joelhos ou os Papas que divulgaram essas idiotias. Se JP2 ainda fosse vivo, na sua incomensurável superstição, não faltaria à encenação mística da mentira, mas B16 já viu que não pode contar com o Espírito Santo, que não queimou a tempo os papéis que incriminavam como espião soviético o sucessor de JP2 na Polónia, apenas fez sumir os que comprometiam os antecessores com a CIA.

B16 lá vai sofridamente rubricando os milagres que lhe apresentam, para criar santos, mas tem a noção de que por cada analfabeto que estupefaz nas pampas argentinas ou no sertão brasileiro, perde o respeito das pessoas alfabetizadas de Buenos Aires, S. Paulo e Roma.

É difícil manter viva uma mentira recente quando dois milénios de trapaça começam a fazer sorrir a humanidade e os poucos que fingem acreditar o fazem para se opor a outros aldrabões, dementes e beatos, que vêm dos lados do Islão, fanáticos que debitam o Corão, põem bombas e querem o mundo de cócoras, virado para Meca.