29 de Outubro, 2007 ricardo s carvalho
melhor máscara do halloween de 2007
e o prémio vai para:
(indecentemente roubado de roissy in dc)
(Esquerda Republicana / Diário Ateísta)
e o prémio vai para:
(indecentemente roubado de roissy in dc)
(Esquerda Republicana / Diário Ateísta)
Um livro que faz mais pelo ateísmo do que os jagunços de Deus que vomitam ódio no Diário Ateísta.
O Paulo de Tarso deve ter sido um dos mais irritantes personagens da História Universal, um dos seus passatempos preferidos era enviar cartas para populações inteiras, género correio electrónico em massa, na altura o spam devia ser conhecido como «Corpus Paulinum», exercido pelo discípulo do Cristo, mais conhecido como Paulo, O Epístoleiro.
Uma das suas cartas, dirigida aos Colossenses, frisava a circuncisão do Cristo, para além da lengalenga habitual do “faz isto, não faças aquilo, o José disse que o Manuel tinha conversado com o António e que a Maria lhe havia dito que tinha ouvido o Afonso a contar que a sua prima tinha ouvido dizer que a sogra do Joaquim tinha uma filha que tinha visto uma serpente voadora a cuspir fogo e a dançar o malhão.”.
Em Colossenses 2:11 pode-se ler o seguinte: “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo.“.
Cristo tinha um pedaço a menos no seu orgão genital portanto, bocado esse que segundo o teólogo Leo Allatius havia ascendido aos céus quando o Cristo ressuscitou e formado os anéis de Saturno, teorização advinda do século XVII, escrita na obra católica de magnânima importância religiosa, espiritual, transcendental, metafísica, ultra física, “De Praeputio Domini Nostri Jesu Christi Diatriba“, ou a “Discussão sobre o prepúcio do nosso senhor Jesus Cristo”.
Ora acontece que em termos genitais o cristianismo é ligeiramente exigente, ou brejeiramente coscuvilheiro em certos casos, e em Deuteronómio 23:1 diz o seguinte: “Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou cortado o membro viril, não entrará na congregação do senhor.“. Serão trilhamentos parciais ou totais? Serão cortes rentes, pela raiz genital, ou só umas esfaqueadelas na ponta? Ambiguidades teológicas…
Parece que o Cristo está proibido de entrar na congregação do senhor devido a cortes genitais…
Também publicado em LiVerdades
Acabo de ver, no noticiário das 20H00 da RTP, imagens da beatificação dos 498 mártires com que a ICAR satisfez os ódios antigos e o azedume recente contra o Governo actual e legítimo de Espanha.
Agora, como no passado, é a felicidade humana que os bispos não toleram. Hoje e sempre, nas religiões do livro, católica, muçulmana ou judaica, é o ódio à liberdade que se alberga sob as vestes talares dos empregados de Deus. O que os move não é o amor divino, que insistem em dizer que existe, é a ambição do poder, a cupidez do luxo e a manutenção dos privilégios de casta.
Foi deprimente ver as entrevistas de gente simples, fanatizada pela fé, embrutecida pela Igreja, no seu ódio à modernidade e no horror aos ideais democráticos que trouxeram à humanidade a tolerância, a igualdade entre os sexos e o respeito pelo pluralismo.
Os familiares dos mártires pareciam saídos da Idade Média, súbditos dos reis católicos, Fernando e Isabel, cuja demência assassina tem atrasado o processo de canonização e a divulgação dos seus milagres. Não era a fé no Deus imaginário que os movia, era o ódio à República, a nostalgia de Franco e a subserviência às sotainas.
No rosto das reverendas criaturas bailava a alegria cínica de quem sabe que pode fazer o circo dos embustes sob a impunidade das protecções de que goza. Foi tanta a pressa de acrescentar aos 479 beatos, onze dos quais já promovidos a santos, com que JP2 abençoou o franquismo, que, entre os 498 beatos de hoje, um torturador aproveitou a boleia a caminho da santidade.
O descaramento dos bispos espanhóis não tem limite. Hoje tiveram um dia de alegria. Vingaram-se da democracia e mostraram a saudade e devoção a um frio assassino – Francisco Franco.
A Promenade Pictures lançou este «conto de encantar» no último dia 19 de Outubro. Lets look at the trailer (como diria o Herman José), e já voltamos à conversa.
Isto não é um Toy Story, nem um Bugs Life, nem um Shrek, e todos esses filmes com animação por computador que fazem as delícias dos petizes e dos adultos. Porque esses são histórias do faz de conta, contos de fantasia, de entretenimento saudável. Este filme é mais uma tentativa de poluir a mente de crianças, com ensinamentos sobre morais, sobre «factos históricos» (apesar da episódio do Êxodo não estar escrito em mais nenhum lado sem ser na bíblia) de criação de crenças e de «carácter».
Já não chegava Charlston Heston com o seu olhar esgazeado e cartão da National Rifle Association (oh sim, porque o faria Moisés se pudesse? comprar uma Glock de 9mm com certeza), agora temos «a man with an extraordinary calling from God Himself to lead His people out of slavery, depicted with a scope and grandeur made possible by 3D computer-generated animation». Não há nada como deus em 3-D, um deus mais salientado e grandioso.Ridículo!
Nunca a ICAR tinha beatificado tantos bem-aventurados de uma só vez. A visão vesga de Rätzinger e do episcopado espanhol, turva de ódio, cega de vingança, sem o mais leve pudor, eleva hoje aos altares 498 mártires da guerra civil espanhola.
Mais de mil sacerdotes e oitenta bispos participam na pantomina orquestrada pelo inveterado franquista Antonio María Rouco Varela, Cardeal-arcebispo de Madrid, para gáudio de 2500 familiares dos mártires que assistem à missa ruminando o velho rancor à República e à democracia.
A missa é presidida pelo fabricante de beatos e santos, um cardeal português de uma aldeia perto da Guarda, tão supersticioso que acredita em Deus e tão ingénuo que pode não ter a noção de que participa num comício.
Esta orgia mística não é um mero acto de propaganda de uma Igreja que perdeu a noção do ridículo e recuperou o entusiasmo das Cruzadas, é uma provocação contra o Governo de Espanha que teve a coragem de legislar sobre o aborto, os casamentos homossexuais e o carácter facultativo do ensino católico nas escolas do Estado.
Foi para essa provocação que viajaram mitras e báculos a caminho de Roma. Apenas um (1) bispo, do imenso bando que povoa a Espanha, se demarcou da posição oficial da hierarquia católica, defendendo o direito de reivindicar a memória das vítimas fuziladas e enterradas em valas comuns pelo franquismo.
Todos os outros veículos litúrgicos, ornamentados com mitra e báculo, circulam em contramão na estrada da democracia, velhos cúmplices do franquismo, despojos fascistas de uma Espanha morta.
Não passa pelas pias cabeças mitradas que a liberdade não precisa de adjectivo: existe ou não. Quando falam em liberdade religiosa os padres esquecem que o direito de não ser, ou ser contra, é tão respeitável como o direito de ser devoto.
Reside nesta evidência o princípio do laicismo que tanto condena o Estado ateu como verbera o Estado confessional. Não há liberdade se o Estado não for neutral em questões religiosas. O Estado pode ser social-democrata, liberal, conservador ou socialista, mas não pode ser cristão, islâmico, ateu ou budista. Cabe-lhe a ideologia política e, se for democrata – como deve -, fomentar a alternância. As religiões, pela índole totalitária, jamais a permitiriam.
Os países democráticos – os únicos respeitáveis – são sucessivamente governados por partidos de direita ou de esquerda, mais liberais umas vezes, progressistas, outras, com mais consciência social ou menos regras ao funcionamento do mercado, sem abdicarem de se legitimar por sufrágio universal, secreto, em escrutínios regulares.
Tal não acontece com as religiões. Nenhuma aceitaria o rotativismo que permitisse aos povos a competição religiosa e a alternância. Os partidos respeitam a vontade dos eleitores, as religiões submetem-se ao poder do clero e ao fanatismo dos crentes.
Eis a razão por que se muda pacificamente de política e nunca se troca de religião sem banhos de sangue e manifestações de barbárie. Os homens tendem para o entendimento mas as religiões apenas conhecem a intolerância e a exclusão.
* Desenho de Brito, prestigiado cartoonista, em França, publicado com a sua amável autorização.
Ratzinger quer “um empenho mais do que urgente nesta nossa época pós-moderna, na qual se sente a necessidade de uma nova evangelização, que precisa de mestres na fé e de arautos e testemunhas do Evangelho adequadamente preparados.” e que “toda a cultura do homem contemporâneo seja permeada pelo Evangelho.”
Em Portugal decorre como sempre a temática habitual, as relações entre a Igreja e Estado nos meandros católicos, a fusão não é perfeita pois existem áreas “onde há mal estar” segundo o Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, para além de relembrar que a Igreja Católica Romana não se rege por leis democráticas, pois existe uma “tendência de julgar as realidades da presença da Igreja Católica na sociedade a partir da Lei da Liberdade Religiosa.”.
Em contexto social podemos encontrar as convicções e acções decorrentes destas guerras santas, destes autoritarismos vesgos e ataques à Liberdade, por exemplo pelas palavras de uma missionária da Fraternidade Verbum Dei, Arantza Uriarte defende que “(…) a Europa precisa de uma reevangelização (…)” e que “(…) o mundo está assente na tecnologia e na ciência, mas eu tenho a certeza que isto vai mudar.”. Nas palavras da missionária encontram-se a razão destes pensamentos, a sua educação na Fraternidade Verbum Dei baseava-se em “assimilar e viver a Palavra de Deus para depois transmitir.”, ou seja, irracionalidade plena, assimilação e vivência com o que foi assimilado, acrescentado o factor de propagação e o de uma vontade demencial de interferência contínua na vida de pessoas livres.
Links úteis:
Agência Ecclesia: A Europa necessita de uma reevangelização
Agência Ecclesia: Regulamentação da Concordata tem de avançar
Agência Ecclesia: Bento XVI: cultura deve ser permeada pelo Evangelho
Também publicado em LiVerdades
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.