Loading

Categoria: Não categorizado

23 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Carta de um leitor

Por

Adão Cruz

Isto é a ponta de um incomensurável iceberg!

Os crimes cometidos pela igreja católica na Irlanda, vindos agora a público, somados a todos os outros crimes praticados e denunciados em todo o mundo contra a dignidade humana, especialmente a dignidade de crianças indefesas e desamparadas, os que se sabem e os que se encobrem, fazem da igreja católica, provavelmente, a instituição mais pedófila do mundo. Não se compreende como é que esta perversa instituição não é levada a tribunal.

A casa Pia é um grão de areia, comparada com o clamoroso escândalo universal, porco, sujo e escabroso em que a igreja católica sempre esteve atolada. Não só não é levada a tribunal, como se esquiva a qualquer penalização, dizendo-se, apenas, envergonhada e disposta a pedir perdão. Tretas! Tretas! Tretas! A monumental hipocrisia de sempre. Numa mão a hóstia, na outra o sexo, não o sexo saudável, impedido pelo Vaticano, mas o sexo-perverso, o sexo-psicopata, o sexo-crime. Repugnante, deveras repugnante, este comportamento de milhares dos chamados ministros de deus, em todo o mundo, comportamento mais que sabido e reconhecido pela igreja católica, a qual, mais não faz do que tentar esconder.

Como é que se pode compreender, à luz dos inúmeros e inegáveis factos destas últimas décadas, que uma instituição desta natureza não seja posta em causa, como é que é possível que a legitimidade oficial da sua existência seja aceite, como é que é possível que personalidades e governos de todo o mundo se verguem, vergonhosamente, a um poder tão divinamente baixo e porco, tão miseravelmente traduzido num dos mais hediondos crimes praticados pelo ser humano?

21 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Momento zen de segunda

As homilias semanais de João César das Neves (JCN), no DN, não primam pela lógica mas brilham pela fidelidade ao papa, seja ele quem for, e pela defesa das afirmações da Igreja católica, quaisquer que sejam.

Nesta última segunda-feira, 18, sob o título «Anatomia da traição», esclareceu que os adúlteros incorrem no repúdio universal e são vistos como traidores, para acrescentar:  «Desde sempre a infidelidade foi sumamente desprezada, com delatores e apóstatas tratados com asco».

Quanto à traição conjugal, embora não enxergue tão severa reprovação social, sobretudo quando feita pelo homem, entendo a dor e o ódio do casto católico que julga interpretar uma sociedade que não o acompanha na abominação e na virtude.

Em relação à delação não partilho o asco de JCN, quando visa a prevenção dos crimes, nomeadamente do terrorismo, nem penso que o silêncio das máfias seja um paradigma ético.

Mas o que deveras me espanta no prosélito católico é o asco que lhe merece a apostasia. Não o vejo a execrar Paulo de Tarso por ter largado o judaísmo, a condenar Constantino por ter abandonado o mitraísmo e imposto o cristianismo ao império romano, e a rejeitar todos os apóstatas que se converteram ao cristianismo, quase sempre obrigados.

JCN não perdoa que os crentes das religiões falsas não se convertam à única verdadeira – a sua. O problema é que todos os crentes pensam o mesmo, que as outras religiões são falsas e, talvez, tenham razão. O anti-semitismo cristão, tal como o islâmico, deve-se à obstinada recusa dos judeus à apostasia. No fundo, o que todos querem é a apostasia dos outros, pelo que o asco de JCN apenas se refere aos apóstatas do catolicismo.

JCN não repele os apóstatas, odeia a liberdade religiosa, o livre-pensamento, o ateísmo e tudo o que evangelização e a Inquisição não conseguiram. Não concebe que a razão possa entrar em conflito com a fé, que a cidadania é incompatível com a obrigação de manter os valores incutidos no berço e cultivados nas mesquitas e nas igrejas com juras de felicidade eterna ou ameaças de penas perpétuas.

20 de Maio, 2009 palmirafsilva

Crimes sem castigo

As lavandarias das Madalenas irlandesas eram instituições com fins lucrativos, sediadas em conventos, que albergaram durante século e meio as irlandesas de «mau porte», as demasiado bonitas para a sua «salvação» moral, as concebidas sem a bênção da Igreja, as mães solteiras, enfim, todas as raparigas que eram de alguma forma consideradas uma ameaça aos valores (i)morais da sociedade. As desgraçadas que eram enviadas para estas prisões, lavavam «os seus pecados» com trabalho árduo e não remunerado, isto é, em completa e abjecta escravidão. Como nos conta o History Times:

«Up to 1993 the public knew very little about the Laundries but when an order of nuns, the Sisters of Our Lady of Charity of Refuge of High Park Convent, Dublin sold part of their convent to the Irish Republic for public use to replace funds that nuns had gambled and lost on the stock exchange.

The full story of the sexual, psychological and physical abuse these poor women had suffered started to come to light. It quickly became a national scandal in Ireland that engulfed both the Catholic Church and the Irish government.»

Hoje foi publicado um relatório que promete causar ondas ainda maiores que as lavandarias das Marias Madalenas quando o escândalo estoirou. O estarrecedor relatório, que culminou 9 anos de investigação sobre o abuso de crianças por membros do clero, era há muito aguardado – excepto pela Igreja Católica, embora esta tenha conseguido que nenhum padre ou afins seja processado pelo que se descobriu … e se tenha desdobrado em desculpas mal o relatório foi tornado público.

(mais…)

19 de Maio, 2009 palmirafsilva

Ad asinum

Dermot Ahern, o devoto ministro da Justiça irlandês que se propõe criminalizar a blasfémia, acedeu magnanimamente a conceder direito de defesa aos blasfemos que a anacrónica lei que pretende instituir tornará criminosos. A proposta de emenda (documento em formato pdf), que será discutida amanhã no All-Party Committee on Justice,  prevê que alguém acusado de blasfemia se possa defender provando que «uma pessoa razoável (?) encontra genuíno valor literário, artístico, político, científico ou académico» na matéria blasfema.

Uma vez que o ónus da prova recai sobre o acusado e não sobre o acusador (que pode ser um dos muitos cristãos que se ofendem por tudo e mais umas botas ateias), a polícia pode apreender e destruir o «material blasfemo» mesmo antes do atestado valorativo de uma pessoa «razoável». Resta a dúvida sobre o que será considerado uma pessoa «razoável», se alguém como o cardeal Cormac Murphy O’Connor, que considera «não totalmente humanos» ateus e secularistas, os que acham que O’Connor apenas manifestou uma posição «razoável e equilibrada» ou  Eric Conway, que exige a criminalização do ateísmo…

em stereo na jugular.

18 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Nazismo – um regime sem deus?

Ao despedir-se de Israel, referindo-se ao Holocausto, …[Bento XVI] denunciou que aqueles mortos foram “brutalmente exterminados” por um “regime sem Deus”.

Apesar de ter colaborado com o nazismo e de não desistir da canonização de Pio XII – o Papa de Hitler –, o actual pontífice procura atribuir ao ateísmo a vocação totalitária que é a sua. Nem lhe ocorre que o Vaticano é filho de Mussolini, que este déspota tornou o ensino da religião católica obrigatório nas escolas do Estado fascista de Itália, de acordo com a Concordata e a vontade de Pio XI que descreveu Il Duce como «um homem enviado pela providência», um biltre que usou gás venenoso na Abissínia sob o pretexto de que os seus habitantes persistiam na heresia do monofisismo, um dogma incorrecto da Encarnação condenado pelo Concílio de Calcédon… em 451.

O golpe de extrema-direita na Hungria, liderado pelo almirante Horthy, foi apoiado calorosamente pala ICAR bem com os movimentos fascistas semelhantes da Eslováquia e da Áustria. O regime nazi da Eslováquia (ateu?) era liderado por um padre… Tiso. Curiosamente nunca o nazismo (ao contrário do comunismo) foi excomungado nem o livro de Hitler «A minha luta» foi posto no Índex, ao contrário do que sucedeu a todos os livros considerados contrários aos ensinamentos da Igreja católica.

Bento XVI sabe que o Vaticano foi aliado incondicional dos regimes fascistas de Portugal, Espanha e Croácia cuja implantação contou com o apoio activo do seu clero. O general Franco foi autorizado a dar o nome honorífico de «a Cruzada» à sua invasão de Espanha e ao derrube da república eleita.

Este Papa não se caracteriza pelo amor à verdade, mais dado a certificar milagres como o da cura do olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus ou a canonizar, talvez por lapso, um torcionário espanhol incluído entre centenas de mártires, todos franquistas, embora houvesse católicos na defesa da República cuja legitimidade o clero desprezou.

O Papa tem o direito de abominar os ateus, sem mentir. Nenhuma outra Igreja levou tão longe a sedução por Hitler, ao ponto de a hierarquia ordenar uma celebração anual em honra do seu aniversário, em 20 de Abril. E o cardeal de Berlim transmitia regularmente ao Fuhrer as maiores felicitações em nome dos bispos e das dioceses da Alemanha.

Por curiosa coincidência, Bento XVI celebrou a sua primeira missa, como papa, em 20 de Abril.

Fonte: deus não é Grande, de Christopher Hitchens.

18 de Maio, 2009 Luís Grave Rodrigues

A Mensagem da Bíblia

 

Consideremos o caso de uma criança educada num país ocidental com uma população de maioria cristã.
 
Não é preciso um grande esforço de imaginação para a vermos ser-lhe repetidamente impingida a existência de seres mágicos e sobrenaturais e a ser-lhe incutida a ideia de que é absolutamente normal tomar como certo algo que se não vê e de cuja existência não existe uma única prova, um único indício.
 
Depois, como «explicação» para este contra-senso, e quando tudo aconselharia que se ensinasse à criança algum sentido de razoabilidade, vemos que é então que se ensina a criança a dar os primeiros passos na senda da mais incrível irracionalidade. Como se não bastasse, ainda ouvimos dizer-lhe que para que essa irracionalidade passe a ser «razoável» e perfeitamente aceitável como princípio de vida, bastará darmos-lhe o nome de… «fé»!
 
E pronto, está aberto o caminho para vermos uma criança aterrorizada com as penas do Inferno e ainda por cima com a ideia incutida de que nem sequer é livre para tomar as suas próprias decisões, por si própria e pelos seus valores éticos e da sociedade em que está inserida, pois passará o resto da sua vida a ser permanentemente vigiada por um ser invisível que está em todo o lado e que tudo vê e tudo sabe.
E que criou as galáxias e os planetas, mas que ao mesmo tempo gosta de ser bajulado com orações e jaculatórias.
 
Um ser tão poderoso que criou todo o Universo, mas que não gosta que os seres humanos usem preservativos e que considera a castidade como uma virtude porque tudo o que se relaciona com sexo tem uma conotação de “sujidade” e tem um cheiro pecaminoso e a enxofre.
 
E que valores, que modelos de moral e de ética vemos a ser ensinados a essa criança?
Para começar, diz-se que esses modelos e esses valores estão todos inscritos e explicados num «livro sagrado» chamado Bíblia, que contém a palavra de Deus ditada aos Homens.
 
Ensina-se depois à criança que os valores que deve seguir e que os critérios éticos que deve adoptar ao longo de toda a sua vida não são os seus, e que não se vivenciam só por si e por aquilo que representam, mas simplesmente porque já antes de si foram instituídos e que, por isso, se devem aceitar e seguir acriticamente e sem discussão.
Como se a criança não estivesse apta a encontrar os seus próprios valores e a sua ética pessoal, mas precisasse que alguém estranho e de fora lhos ensinasse e incutisse.
 
Mas é então que vemos ensinar à criança que o mesmo Deus que lhe é dado como referência dos valores, da moral e da ética a seguir, que o mesmo Jesus Cristo que lhe dão como exemplo de bondade e de amor ao próximo, são antes os maiores facínoras e os mais empedernidos assassinos que alguém possa imaginar.
 
Diz-se à criança que Jesus Cristo é paz e amor, diz-se à criança que ela é «cristã».
Mas depois contam-se-lhe os ensinamentos desse mesmo Jesus Cristo, que disse que tinha vindo à Terra não para trazer a paz, mas sim a espada.
Que disse que tinha vindo tratar somente do seu próprio povo e não de toda a gente.
O mesmo Jesus Cristo que disse para lhe trazerem à sua frente aqueles que não o quisessem seguir e que os matassem à sua frente.
 
A questão é esta:
Que poderemos esperar de uma criança a quem, desde a mais tenra idade, são incutidos os valores de um Deus que nos diz que não se pode trabalhar ao sábado sob pena de morte, que os homossexuais e os judeus devem ser mortos à pedrada e que nos mostra ao longo de todo o «livro sagrado» como se propagam pragas e se assassinam e dizimam populações inteiras?
 
Que poderemos esperar de uma criança a quem são ensinados como exemplos de vida a seguir os de um Jesus Cristo, que antes de mais nada mostrou ser o maior dos xenófobos e o maior dos intolerantes, e que nos deixou como exemplos de ética e de moralidade a própria morte de quem não pensa como ele e simplesmente não o quer seguir?
            
17 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Cristo-Rei – 50.º aniversário

Nascido da megalomania conjunta da ditadura e do episcopado, com pretensão de imitar o Cristo do Corcovado, fez-se a obra, de gosto duvidoso, como destino de peregrinações para cultivar o nacionalismo e a fé. Ao sítio falta a beleza do Corcovado, ao monumento  a dignidade do original e a ambos a grandeza e a formosura que serviram de inspiração.

Assistiram à inauguração os piores daquele tempo. Salazar e os ministros, Cerejeira e os bispos, a força pública e o público à força. Passado algum tempo houve a peregrinação sob o lema «Os novos escolhem Deus», uma torrente de jovens e de oportunidades para atenuar a castidade.

O cardeal Cerejeira exortou, então, os jovens a irem para África defender a civilização cristã e ocidental. Depois vi o comportamento do exército colonial e percebi o que era a civilização cristã e ocidental, com as armas benzidas e militares assistidos por capelães para que não lhes faltassem as missas e os últimos sacramentos.

O conúbio obsceno entre o regime fascista e o clero romano levou muitos a duvidar da virtude dos padres e do martírio de deus. A cumplicidade da ditadura com o clero foi o alarme que levou muitos padres a abandonar a Igreja e muitos jovens a evitar os padres.

Cinquenta anos depois, altos dignitários da Nação, não respeitam a separação da Igreja e do Estado e vão abrilhantar o espectáculo pio com a vergonhosa presença na cerimónia beata de uma religião particular.

É difícil distinguir os que hoje frequentam as comemorações pias dos que, há cinquenta anos, perseguiam os que não se ajoelhavam. Se a ditadura se mantivesse, podiam ser os mesmos a gravitar em torno das sotainas, tal a falta de pudor republicano e a desfaçatez com que confundem as devoções particulares com as funções de Estado.

Antero de Quental tinha razão quando diagnosticou as causas da decadência dos povos peninsulares. Em relação a Portugal mantêm-se actuais.

Post Scriptum – Na designação de Cristo-Rei permanece o paradigma da Igreja católica – a monarquia absoluta, cujo chefe é o rei, assim na terra como no Céu.

17 de Maio, 2009 palmirafsilva

Não se importa de repetir – II?

O cardeal Cormac Murphy O’Connor é o presidente da conferência episcopal de Inglaterra e do País de Gales e foi até há cerca de um mês o arcebispo de Westminster. O cardeal, conhecido pelas suas posições agostinianas sobre sexo e «liberais» em relação a pedofilia no seio da igreja, ainda enquanto dignitário mor da hierarquia católica inglesa debitou esta lucubração absolutamente espantosa de que secularistas e ateus não são completamente humanos.

Embora esta posição não seja exactamente nova e tenha justificado a eliminação de inúmeros «outros não completamente humanos» ao longo da História da humanidade, a sua cândida assumpção pelo prelado é arrepiante no século XXI. Em particular, deixa-me na dúvida sobre os métodos que o cardeal considera deverem ser usados para me tornar «completamente humana» ou sobre se considera que a minha existência de sub-humano tem menos valor que a de outro «completamente» humano, aka religioso.

As nossas caixas de comentários são testemunho de um fenómeno bem mais geral; a cristianovitimização que se traduz em ululações constantes por parte dos crentes de supostos insultos de ateus – que podem ser coisas tão rudes como considerar que Fátima ou o Cristo Rei devem ser incluídos nos Horrores de Origem Portuguesa que de facto são ou descrever uma hóstia como, horror dos horrores, uma hóstia e não o corpo do cristo.

Claro que os mesmos que carpem a intolerância, catolicofobia, cristofobia, preconceito anti-religioso nos 166 comentários ao post do Miguel ou que estridentemente exigem pedidos de desculpa pelo insulto e falta de respeito dos jornalistas que se referem a uma hóstia como uma hóstia, devem achar completamente pacíficas e nada insultuosas as palavras do bispo. Ou antes, devem considerá-las como reflectindo uma «posição razoável e equilibrada» dos crentes em relação aos ateus, que contrastarão certamente com a minha atitude inadmissível, «radical» e incitadora de fundamentalismos sortidos (nos crentes) de relatar mais esta tonteria de outro responsável da hierarquia católica…

Em stereo na jugular.

14 de Maio, 2009 Luís Grave Rodrigues

Errar é humano…

De facto impressionantes as imagens televisivas de centenas de milhar de pessoas na sua peregrinação a Fátima neste 13 de Maio.  
 
Sobre aquelas pessoas, disse a reportagem que tinham «uma fé do tamanho do mundo», embora sinceramente eu não perceba o motivo de tamanho insulto.

Mas enfim, lá estava toda aquela gente a celebrar a primeira das aparições da Virgem Maria, que é como quem diz, a mãe de Deus, a três crianças para transmitir uma mensagem aos Humanos.
Devia andar preocupada com a gente, coitada.   
 
De início a mensagem foi considerada um segredo divino tal era o seu significado simbólico e a sua enorme relevância para a História da Humanidade.
Só foi conhecida às prestações e depois de estrategicamente dividida em três partes.  
 
Ora, a mensagem da mãe de Deus era de tal forma importante que a sua última parte só foi conhecida meio século depois de nos ter sido transmitida.

Era uma previsão de que um gajo vestido de branco ia sofrer um atentado.
  
Foi pena que não tivesse sido divulgada mais cedo, esta… previsão.
  
Mas na primeira parte a Senhora «mais brilhante que o Sol» disse de facto uma coisa de primordial importância para a toda a Humanidade: disse que devíamos rezar muito a Deus.
  
Ao que parece, Deus gosta muito que lhe rezem.
Faz-lhe bem ao ego, dizem.
  
Mas a especialidade da Virgem Santíssima era de facto a futurologia.
Pelos vistos a capacidade de adivinhação deve ser um dom especial reservado por Deus às mulheres «puríssimas», que são aquelas cujo canal vaginal só funciona no sentido catolicamente correcto, que é o sentido descendente, e que nunca foi conspurcada por essa coisa suja, horrível e pecaminosa chamada sexo.
  
Foi assim que vinda dos Céus, onde se encontra de corpo e alma, esta anorgásmica mãe, coitada, provavelmente entediada e com muito pouco que fazer, resolveu vir ao nosso planeta dizer-nos que a Guerra acabava nesse ano de 1917 e que os soldados portugueses estariam de volta ao solo pátrio já pelo Natal.
  
O pior de tudo foi que a I Guerra Mundial, a tal guerra de 1914-18 acabou, tal como o próprio nome indica… no ano de 1918
  
Então não querem lá ver que a mãe de Deus se enganou, coitadita? 
  
Ou seja:
Quer isto dizer que nesta insigne e extraordinária mensagem transmitida aos Homens a mãe de Deus numa parte fez um prognóstico no fim do jogo, noutra disse uma banalidade e na terceira, ó Céus… enganou-se!   
 
É pois para honrar esta extraordinária mensagem que centenas de milhar fiéis, que ainda por cima dizem que são monoteístas, se deslocam todos os anos a Fátima para adorar e rezar à Virgem Maria e para comemorar e celebrar a extrema razoabilidade e a lucidez de tudo isto.