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Momento zen de segunda

21 de Maio de 2009  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Não categorizado  |  Comentar

As homilias semanais de João César das Neves (JCN), no DN, não primam pela lógica mas brilham pela fidelidade ao papa, seja ele quem for, e pela defesa das afirmações da Igreja católica, quaisquer que sejam.

Nesta última segunda-feira, 18, sob o título «Anatomia da traição», esclareceu que os adúlteros incorrem no repúdio universal e são vistos como traidores, para acrescentar:  «Desde sempre a infidelidade foi sumamente desprezada, com delatores e apóstatas tratados com asco».

Quanto à traição conjugal, embora não enxergue tão severa reprovação social, sobretudo quando feita pelo homem, entendo a dor e o ódio do casto católico que julga interpretar uma sociedade que não o acompanha na abominação e na virtude.

Em relação à delação não partilho o asco de JCN, quando visa a prevenção dos crimes, nomeadamente do terrorismo, nem penso que o silêncio das máfias seja um paradigma ético.

Mas o que deveras me espanta no prosélito católico é o asco que lhe merece a apostasia. Não o vejo a execrar Paulo de Tarso por ter largado o judaísmo, a condenar Constantino por ter abandonado o mitraísmo e imposto o cristianismo ao império romano, e a rejeitar todos os apóstatas que se converteram ao cristianismo, quase sempre obrigados.

JCN não perdoa que os crentes das religiões falsas não se convertam à única verdadeira – a sua. O problema é que todos os crentes pensam o mesmo, que as outras religiões são falsas e, talvez, tenham razão. O anti-semitismo cristão, tal como o islâmico, deve-se à obstinada recusa dos judeus à apostasia. No fundo, o que todos querem é a apostasia dos outros, pelo que o asco de JCN apenas se refere aos apóstatas do catolicismo.

JCN não repele os apóstatas, odeia a liberdade religiosa, o livre-pensamento, o ateísmo e tudo o que evangelização e a Inquisição não conseguiram. Não concebe que a razão possa entrar em conflito com a fé, que a cidadania é incompatível com a obrigação de manter os valores incutidos no berço e cultivados nas mesquitas e nas igrejas com juras de felicidade eterna ou ameaças de penas perpétuas.

 

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