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Autor: David Ferreira

15 de Janeiro, 2015 David Ferreira

O fanático multicultural

 in jornal Público

” Como sempre acontece com atentados terroristas, é só esperar que os corpos arrefeçam para os comentários idiotas e autoculpabilizantes começarem a aparecer. A estrutura repete-se: há uma primeira frase pesarosa, a dizer que aquilo não se faz, e logo de seguida vem um “mas”, um “contudo”, um “no entanto”. Foi assim no 11 de Setembro; não poderia deixar de ser assim com o massacre do Charlie Hebdo.

Com esta diferença: em 2001 o Twitter ainda não tinha sido inventado, e em 2015 ele é terreno fértil para espantosas concentrações de idiotice em 140 caracteres. Ana Gomes tem-se destacado nesse campo. Começou logo a 7 de Janeiro, com uma ligação entre o terrorismo e a austeridade, e continuou com a nova capa do Charlie Hebdo: “Porquê insistir na representação do profeta, que se sabe ofender os muçulmanos? Não estou de acordo. Não em meu nome.” É certo que poderíamos fazer um desenho a explicar o porquê de “insistir na representação do profeta”, mas não vale a pena. Até porque Ana Gomes é o mais próximo que temos de um Charlie Hebdo português: o que lhe sai da boca é exagerado e muitas vezes não faz qualquer sentido, mas é corajosa e dá cor e diversidade à nossa democracia. Há que valorizar isso.

De um campeonato muito diferente são os textos de Boaventura Sousa Santos, o Noam Chomsky do Mondego. Alegadamente, ele pensa, produz obra e tem uma vasta corte de seguidores. Ontem, decidiu dar à estampa um texto no PÚBLICO intitulado Charlie Hebdo: uma reflexão difícil – e ponham difícil nisso. Para Boaventura, o mundo ocidental é uma acumulação de miseráveis defeitos, a sua decadência passeia-se pelas ruas e a Terceira Guerra Mundial está à porta, por sua inteira culpa. Fixe, fixe, é viver na Venezuela e na Bolívia.

Mas o pior não é isso: é a sua argumentação vir acompanhada de uma dose de demagogia e de sonsice capaz de dar cabo dos melhores estômagos. Um professor doutor perguntar porque é que 37 jovens mortos no Iémen não causam “a mesma repulsa” que o ataque ao Charlie Hebdo só pode ser piada. Ao fim de décadas de pesquisa sociológica, Boaventura ainda não descobriu que ele pode chorar mais pela morte do seu cão do que pela morte de mil chineses, sem que isso signifique que o seu cão valha mais do que mil chineses. E também não percebeu que a repulsa se deve tanto à morte dos caricaturistas como ao atentado à liberdade de expressão – e por isso a tragédia no supermercado judeu não nos marcou da mesma forma.

Ou será que Boaventura sabe isto? Eu acho que sabe. Simplesmente, é mais prático enviesar argumentos para poderem encaixar no seu “no entanto”. Até porque é um “no entanto” e peras. Pergunta ele: “A defesa da laicidade sem limites numa Europa intercultural, onde muitas populações não se reconhecem em tal valor, será afinal uma forma de extremismo?” Que caraças, andou a esquerda tão cara a Boaventura a morrer durante séculos pelo direito a gozar com a religião, para agora ele achar que atribuir uma cara ao profeta em 2015 é uma actividade radical. Mas ele está certo quando escreve: “Estamos perante um choque de fanatismos.” Só é pena Boaventura não vislumbrar o seu – um fanatismo multicultural onde a expressão “valores ocidentais” é posta entre aspas e toda a culpa pelas dificuldades de integração e pelo crescimento do jihadismo é atribuída às políticas do Ocidente. O problema é que são estes fanáticos multiculturais que acabam por empurrar muita gente moderada para os braços da extrema-direita. Boaventura e Marine são duas faces da mesma moeda.”

 

Um texto que subscrevo na íntegra.

 

14 de Janeiro, 2015 David Ferreira

Da cosmética

Tenho por hábito dizer que os seres humanos são um paradoxo ambulante. Um poço sem fundo de contradições. Essa imagem está bem espelhada nos livros mitológicos e religiosos que refletem de certa forma a primitiva essência da espécie humana e o parto doloroso que foi o dealbar da civilização.

O Deus mau, vingativo e cruel é, ao mesmo tempo, o Deus da paz, do amor e da tolerância. Tem dias, como todos nós (eu que o diga ao acordar, antes de tomar o primeiro café). Porque ele É nós. Nasceu de nós e não para nós. De nós, um animal selvagem que julga ter ludibriado as leis da natureza e que agora se tenta domesticar a todo o custo com os custos que isso acarreta.

Viver é gerir conflitos. Com os outros e com o Eu. Mas é também competir. Com os outros e com o Eu sempre presente. É tão simples como isto.

Necessitamos de energia para viver, por isso comemos. Para comer necessitamos de um espaço que nos forneça alimento, por isso somos territoriais. Necessitamos de nos reproduzir, competimos uns com os outros por machos e fêmeas. Necessitamos do apoio mútuo e colaboração, organizamo-nos em sociedades. E competimos para sobreviver. Assim, de uma forma tão simples e tão essencial. Tudo o resto é como o açúcar fino que deitamos por cima de um bolo. Não lhe acrescenta muito em doçura, apenas o torna mais apresentável. É a essa fina camada de pó branco que chamamos humanidade. E nós seremos sempre o bolo. Um bolo bipolar maquilhado a tentar recalcar a sua verdadeira natureza. Mas há quem constantemente o prefira ignorar. A uns chamamos crentes, a outros idealistas.

12 de Janeiro, 2015 David Ferreira

A marcha dos alinhados

Não sei se a manifestação que teve lugar em França foi contra o terrorismo, a favor da tolerância ou uma catarse em grupo. Sei que não me recordo de ver tanta gente gritar “Não temos medo!” com o coração nas mãos.

Sei que de tanto se gritar por liberdade acabámos por ensurdecê-la e amordaçá-la. Uma manifestação pacífica em nome da tolerância que necessita da escolta de um exército armado por questões de segurança não é uma manifestação, é uma procissão alinhada de condenados com síndrome de Estocolmo a recitar auto censura.

Decorrida a homilia, retiraram-se em silêncio. Em silêncio, a recalcar as fobias de que lhes dizem padecer. À noite colocarão o silício e rangerão os dentes de dor enquanto sussurram: “Por minha culpa, por minha grande culpa.”

Amanhã, quando acordarem, voltarão a ser tentados. As tentações são mais que muitas. E vão continuar a recalcar os pecados que alguém disse que têm. Até à próxima homilia. Porque vai haver uma próxima homilia. Que ninguém duvide. Então voltarão a tomar a hóstia e a engolir em seco. Em silêncio. Sempre em silêncio.

10 de Janeiro, 2015 David Ferreira

Prefiro morrer de pé

“Prefiro morrer de pé do que viver ajoelhado”, disse o director do Charlie Hebdo, como que a antecipar o fatídico destino.

De pé! Não como um cobarde e muito menos como um traidor. De pé!

Após a sua profetizada morte, logo saíram à rua todos os hipócritas, cobardes, inocentes e idiotas úteis da sociedade a gritar – Eu sou Charlie Hebdo! A pensarem que são Charlie Hebdo.

Não, não são. Gostariam de o ser, porventura, mas não o são. Nunca o serão. Muitos estarão nos antípodas de Charlie Hebdo. Muitos serão responsáveis pela necessidade de um Charlie Hebdo.

Stéphane Charbonnier foi o paradigma da coragem. Deu a vida pela liberdade. Não por uma liberdade patética e anárquica. Deu a vida pela sua liberdade de expressão e pela liberdade dos outros de não concordarem com ela. Teve nas veias o calor do sangue que a transfusão do iluminismo nos legou. Mesmo sabendo que a sua vida corria perigo. E muito poucos dos que se auto-intitularam Charlie Hebdo seriam capazes de o fazer. Palavras leva-as o vento, assim dizia Florbela Espanca. E assim o vento levará todas as pias mensagens de tolerância para com os intolerantes que muitos ímpios lhe atiram de joelhos.

Morreu Stéphane Charbonnier. Um ateu como tantos outros. Um cidadão como tantos outros. Mas diferente de tantos outros. Feriu com o som das palavras, morreu ao eco das espingardas. Morreu às mãos de intolerantes. E há quem tenha o cinismo de o apelidar de intolerante. Ateus inclusive. Porque há ateus que apenas o são para justificar a sua incapacidade de integração na sociedade. Para manifestar o seu desprezo pela sociedade. Tal como os intolerantes que mataram Stéphane Charbonnier.

Morreu Charlie Hebdo. Morreu um jornal. O símbolo máximo da liberdade de expressão. E há cobardes que se dizem Charlie Hebdo. E há fanáticos que apoiam outros fanáticos, que negam outros fanáticos, porque não conseguem admitir que os seus dogmas ideológicos possam estar errados e desadequados da civilização.

Morreu Charlie Hebdo.

Viva Charlie Hebdo!

E quanto aos cobardes… Os cobardes já morreram. De joelhos. Porque os cobardes morrem muitas vezes antes de morrer. E sempre de joelhos.

2 de Agosto, 2014 David Ferreira

Da Caixa de Pandora sai um Cavalo de Troia

De acordo com a Constituição da República portuguesa, é inviolável a liberdade de consciência, de religião ou de culto. Esta determina ainda que ninguém possa ser perseguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou práticas religiosas.

A recente decisão do Tribunal Constitucional que deu razão à magistrada cuja pretensão de isenção de trabalho aos sábados devido a convicções religiosas pessoais tinha anteriormente sido recusada por duas vezes, uma pelo Supremo Tribunal Administrativo e outra pelo Conselho Superior do Ministério Público, para além de ter originado um aceso debate na opinião pública, abriu uma Caixa de Pandora cujos demónios libertados prometem vir a ser um verdadeiro Cavalo de Troia colocado bem no centro da laicidade do Estado à custa de uma pretensa justiça que se propôs repor.

Já noutro acórdão recente o Tribunal Constitucional tinha dado razão a uma funcionária que recorrera à justiça após a empresa em que trabalhava há 21 anos a ter despedido por faltar ao trabalho aos sábados devido a questões confessionais. Apesar de quatro processos disciplinares, a funcionária deu preferência aos preceitos da sua religião em detrimento das suas obrigações contratuais. Casos semelhantes já tinham levado um ex-Provedor de Justiça a defender que a dispensa de trabalho por motivos religiosos se deveria estender a todos os trabalhadores. Um conceito de justiça fomentador de um regime de exclusividade com laivos de nepotismo.

Foram publicados recentemente dois textos neste Diário nos quais foi abordada esta questão e que suscitaram uma série de comentários onde cada um procurou manifestar a sua opinião de acordo com a interpretação particular que fizeram tanto da decisão do Tribunal Constitucional como do próprio conceito de liberdade religiosa. Como seria de esperar, e descartando as consuetudinárias e ternurentas desavenças, assim como os extremosos e militantes insultos de longa data, as opiniões divergem. Outra coisa não seria de esperar uma vez que o tema levanta uma série de questões a situações que poderão potenciar futuros conflitos entre entidades empregadoras e trabalhadores.

Não colocando em causa a decisão do tribunal, que deve ser respeitada, resta-me apenas discordar dela como cidadão, um direito que me assiste. Como se não tivesse antecipado o oportunismo que ela despoletaria!

Segundo os juízes do TC, “O Estado não assegura a liberdade de religião se, apesar de reconhecer aos cidadãos o direito de terem uma religião, os puser em condições que os impeçam de a praticar.” E é esta interpretação particular da Constituição e da liberdade religiosa que me incomoda porque a interpreto como a subjugação dos direitos e deveres colectivos dos cidadãos e do próprio Estado, ou seja, da sociedade, aos caprichos individuais dos crentes mais devotos de cada uma das inúmeras religiões registadas.

Se tivermos em conta que cada uma destas religiões se reveste de idiossincrasias desconformes ao nível de desenvolvimento civilizacional em que nos encontramos neste período da história da humanidade, só me resta concluir que medidas ou interpretações excessivamente progressistas apenas contribuem para o retrocesso das sociedades (aliás, vemos os seus resultados negativos por toda a Europa no que se refere à tolerância ao Islão fundamentalista), sobretudo se tivermos em conta a questão religiosa num Estado cuja administração se pretende imune e isenta das pretensões quiméricas de uma governação alicerçada em preceitos doutrinários e filosóficos surrealistas que o conhecimento científico se encarregou de desmantelar peça a peça.

Ao Estado deveria competir a garantia da liberdade de prática ou da escolha de culto dos seus cidadãos, não o empenho em assegurar que a sociedade se adapte a conflituosos e condicionantes caprichos que resultam de obstinações privadas e pias de quem professa um credo específico.

Foi aberta uma caixa de pandora. Os ventríloquos de Deus agradecem. Haverá alguém no mister da justiça capaz de fazer de advogado do diabo? A laicidade agradece. Ou não será mais a laicidade suficiente para conter as aspirações dos filhos de um pai ausente?

23 de Julho, 2014 David Ferreira

De rerum natura – Ato único (Debates na internet ou das conversas de merda politicamente corretas)

Pavão- Cuidado com o monte de merda!

Borboleta- Onde?

Pavão- Ali à frente.

Borboleta- Não é um monte de merda. É apenas cocó.

Pavão- Cocó? Chama-lhe o que quiseres. Para mim é um monte de merda. E dá para cheirar daqui. O tipo que o fez já devia estar morto e não o sabia.

Borboleta- Não digas isso. Não fales assim. É desrespeitoso tanto para o cocó como para quem o fez.

Pavão- Tens a noção de que estamos a falar de merda, certo?

Borboleta- Não. Tu estás a falar de merda. Eu estou a falar de cocó. São duas coisas completamente distintas, só tu é que não vês. O cocó faz parte da vida, faz parte de nós, faz parte do ciclo da natureza. Tem direito ao seu lugar e deve ser respeitado como outra coisa qualquer.

Pavão- Eu também não disse o contrário. Só te avisei para te desviares e não borrares os sapatos. Merda ou cocó, é tudo a mesma coisa.

Borboleta- Não. Merda tem um sentido pejorativo, não dignifica o cocó, denota preconceito da tua parte.

Pavão- Preconceito? Mas tu estás doida?

Borboleta- Sim, preconceito. Sinto isso sempre que estou mais à vontade contigo. Quando estamos sozinhos é que dá para ver o que tu és na realidade.

Pavão- Provavelmente porque quando estamos sós não precisamos de merdas para falar de merda. Merda como aquela que está ali a fumegar e que parece ter olhinhos que pelo tamanho só podem ser caroços de azeitona. Se estivesse aqui alguém connosco provavelmente teria alguma sensibilidade às suas merdas e não me referiria ao monte de merda que ali está como merda, mas sim como cocó ou pupu ou qualquer outra palavra às bolinhas.

Borboleta- Essa indireta das bolinhas foi para a minha saia? Estás a comparar-me à merda? Nunca me enganaste. Começo a ver agora o tipo de pessoa que tu és.

Pavão- Não digas merda, que é feio. É cocó…

Borboleta- Ai eu sou cocó? Logo se vê o que eu valho para ti.

Pavão- Não foi isso que eu quis dizer. Estava a ironizar. Para mim é merda.

Borboleta- Ai eu sou merda? Estás a ver como tu és?

Pavão- Não és tu, pá, é a merda que está ali à frente a querer fazer-nos uma pega de caras que é merda! Merda, pá! Um cagalhão que cheira mal como todos os cagalhões. Um monte de merda que um tipo qualquer cagou, assim como eu e tu cagamos os nossos.

Borboleta- Não precisas de ficar violento. Estás a partir para o ad hominem e isso significa que perdeste a razão e não tens mais argumentos válidos para apresentar.

Pavão- Tu é que me estás a tirar do sério com as tuas merdas por causa da porcaria de um monte de merda.

Borboleta- Vês como tenho razão. Eu já tinha lido sobre tipos como tu. Parecem uns sonsos à primeira vista mas acabam sempre por revelar a sua verdadeira natureza intolerante.

Pavão- Ai sim? E onde é que leste isso? Naquelas revistas pseudocientíficas que uns maluquinhos cheios de recalcamentos publicam para venderem as suas psicoses aos mais desatentos?

Borboleta- Ai agora sou psicótica também…

Pavão- Não és, mas se continuares a permitir que esses merdas psicóticos te influenciem vais acabar por ficar. E tudo por causa de um monte de merda!… Que merda, pá!

Borboleta- Cocó! Cocó! Tu és é um cocofóbico, é o que tu és.

Pavão- Cocofóbico? Mas tu endoidaste de vez? Fobia é medo e eu não tenho medo de merda. Posso não gostar do aspeto e do cheiro, mas isso não tem nada a ver com medo. E não sou obrigado a gostar da merda dos outros. Respeitar o cagalhão alheio é uma coisa. Ser obrigado a amá-lo é outra. De onde é que te saiu essa do cocofóbico? Não me digas que leste um artigo qualquer numa dessas revistas. Mas agora andas a ficar dogmática? Já não consegues separar a realidade da ficção? Já pensas com a cabeça dos outros? Assim não vais longe, acredita. Qualquer dia começam a olhar para ti como uma maluquinha.

Borboleta- Pois, eu é que sou maluca. Mas o preconceituoso és tu.

Pavão- Olha… Ali à frente está um monte de merda. Ou um monte de cocó…

Borboleta- Monte de cocó… Já começam as generalizações…

Pavão- …um pedacinho de bosta… uma coisa com mau aspeto, que cheira mal e que nos vai sujar os sapatos se não lhe passarmos ao lado ou por cima. Vamos andando, que se faz tarde. Por favor, antes que isto dê merda. É que depois desta conversa toda já me apetece ir à casa de banho fazer, sei lá, merda?…

Borboleta- A tua podes ter a certeza que é merda que eu bem tenho que esperar uma boa meia hora para entrar na casa de banho depois de lá saires.

Pavão- Ai os meus cagalhões já são merda só porque são meus!… Já não são cocó. E tu, julgas que os teus cheiram a água de rosas?

Borboleta- Os meus não me cheiram a nada. Já os teus, deixa-me que te diga… já que estamos numa de sinceridade…

Pavão- Pois, a nossa merda nunca nos cheira tão mal como a dos outros. Foi assim que a natureza nos moldou. Os cheiros já foram importantes para a nossa evolução, não aprendeste isso nas tuas revistas?.

Borboleta- Pois então tu não evoluíste, ainda estás na fase Neandertal. Deve ser por isso que és tão preconceituoso com os outros. Ou então é o fel da ruindade que te faz cheirar tão mal.

Pavão- Eu não sou preconceituoso, apenas sei distinguir um monte de merda de um monte de lama. Sou um empirista empedernido, que queres? Tudo o resto é semântica. Olha, vamos acabar com esta conversa de merda e vamos embora que está a cair a noite e não tarda nada temos que andar a apalpar o chão para não tropeçar nos cagalhões dos outros.

Borboleta- Vai à merda.

Pavão- Eu não, que estes sapatos são novos!

 

E foram.