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Fátima – mealheiro do Vaticano

O supermercado mais lucrativo da fé católica, em Portugal, é objecto da cobiça do Vaticano.

Foi nos laboratórios da ICAR que se fabricaram os dois milagres necessários à canonização dos pastorinhos, cerimónia que está para breve, segundo confidenciaram ao Diário dos Ateus fontes bem relacionadas com a divina providência e a santa madre igreja, isto é, beatos mais fanáticos que João César das Neves.

O primeiro milagre, na área da locomoção, foi obrado na pessoa da D. Emília que morreu a seguir mas a andar na perfeição. O segundo realizou-se na área da endocrinologia – a cura de uma criança com diabetes – milagre tentado pela mãe que a trouxe a Fátima mas sem sucesso. O milagre acabou por acontecer em casa, na Suíça, graças a uma corrida de joelhos à volta do televisor, enquanto em Fátima JP2 procedia a uma bênção com a qualidade apurada em muitos anos de experiência.

Acontece que a fé não obra apenas milagres e deixa resíduos entre os quais um subproduto muito apreciado – dinheiro. É por isso que o Vaticano – segundo informações do Correio da Manhã – pretende explorar o santuário por administração directa. Assim, em vez da comissão a que tem direito, passa a dar uma percentagem reduzida ao santuário e à diocese.

Serve de pretexto às alterações na área comercial a gestão demasiado liberal do actual bispo de Leiria que deixou rezar em Fátima (sem cobrar emolumentos) o Dalai Lama, primeiro, e um sacerdote hindu, depois.

A idade avançada de Monsenhor Luciano Guerra, reitor do santuário, e a do bispo de Leiria, D. Serafim Ferreira e Silva, também servem os desígnios do Vaticano que já nomeará os novos encarregados comerciais sem os benefícios concedidos desde o tempo em que ainda não estava assegurado o êxito comercial de Fátima nem a vitória sobre o comunismo.

O fim do comunismo deve-se à consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria, uma terapêutica preconizada pela Virgem, que visitou o local várias vezes, conversou com a Lúcia e pôs milhares de portuguesas a deixarem esturrar a comida enquanto rezavam o terço a seu pedido.