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Sacrificar um inocente para ilibar um culpado, é errado

Esta afirmação não choca ninguém.
Pelo contrário, dificilmente encontrarei quem dela discorde.

Os valores vão evoluindo com os tempos. Muitas vezes para melhor. Hoje parecer-nos-ia absurdo que os tribunais aceitassem, por exemplo, prender a Srª Constança porque o seu filho Pedro matou alguém, mesmo que fosse esta a vontade expressa da Srª Constança (ser presa em lugar dele).

Claro que nem sempre foi assim. Diferentes culturas consideravam aceitável que as culpas passassem de geração em geração, por exemplo (que as acções de alguém fossem tão graves, que, além do criminoso, os seus descendentes fossem também punidos ao longo de várias gerações). Chegou mesmo a existir, em certas sociedades, o costume de sacrificar animais inocentes a Deus, esperando que o sacrifício de animais inocentes fizesse Deus perdoar os camponeses pelas suas falhas.

Curioso é pensar que esta moral absurda é a base do Cristianismo. A crença fundamental do Cristianismo é que Jesus deu a vida pelos nossos pecados (deu mesmo?) e ressuscitou três dias depois. O ponto fundamental do Cristianismo parte do princípio que é legítimo e justo que um inocente se sacrifique pelos culpados, e que um ser supostamente infinitamente justo (Deus Pai) teria aceite esse ímpio sacrifício.