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A demência da fé

A Al-Qaeda congratulou-se com tragédia de Nova Orleães, provocada pelo furacão Katrina.

Só o fanatismo permite manifestações de ódio assim. Apenas a fé num Deus, à imagem e semelhança dos patifes que o adoram, consente o regozijo pelo sofrimento humano que atribuem ao algoz da sua devoção.

A ausência de sentimentos não é exclusiva dos que se ajoelham, mas é apanágio dos que passam a vida a rezar e, nos intervalos, a matar os infiéis, faltando-lhes tempo para pensar.

Repare-se nesta enormidade: «A cólera do Todo-Poderoso abateu-se sobre os tiranos. As suas perdas já se traduzem em milhares de vítimas humanas e milhões de dólares. Se os muçulmanos não podem seguir livremente a sua religião, então Deus pune os opressores».

O Deus que enviou o furacão sobre o delta do Mississipi é o mesmo que mata à fome os infelizes crentes das teocracias do Médio Oriente, que lhes destrói as cidades com tremores de terra, que envia os maremotos e sepulta centenas de milhares de vítimas que acreditam no poder de Alá e nos ensinamentos de um rude e analfabeto nómada que tomaram por profeta.

Não há ódios que consigam competir com os da fé.