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IURD e MPLA

Por

ONOFRE VARELA

Notícia de 20 de Setembro último dá conta de que a Justiça angolana mandou encerrar todos os templos da IURD em Angola. No próprio dia foram encerrados quatro, sendo que, só em Luanda, há 211 locais de culto da Igreja Universal do Reino de Deus, o que demonstra a verdade de que quanto mais miserável é um povo, tanto mais ele é explorado por crenças religiosas, sejam elas milenares ou seitas de aviário, que se governam explorando a crença e a fé do povo menos avisado, como verdadeiros quadrilheiros assaltando à mão armada de crucifixo.

Para além do encerramento dos locais de culto da seita brasileira (que também comanda a mente de Bolsonaro), foi decretada a “apreensão de todos os templos” da IURD, sendo o processo de encerramento “feito de forma gradual”, segundo informações prestadas à agência noticiosa Lusa.

A seita disse ter sido surpreendida com a chegada dos polícias aos templos, decretando o encerramento sem apresentarem qualquer mandato para o efeito. Mas esta acção não era novidade. Já em Agosto a Procuradoria Geral da República (PGR) tinha apreendido sete templos da IURD em Luanda (Alvalade, Maculusso, Morro Bento, Patriota, Benfica, Cazenga e Viana), no âmbito de um processo crime por alegadas práticas dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal e exportação ilícita de capitais. Mesmo com estas acusações por parte da PGR, a IURD afirma não saber “o real motivo” por que alguns bispos foram levados para uma esquadra policial para serem interrogados. A IURD tem estado envolvida em várias polémicas em Angola depois de um grupo de dissidentes brasileiros se afastarem da seita em Novembro do ano passado, tendo sido substituídos por uma “Comissão de Reforma de Pastores Angolanos” liderados pelo bispo Valente Bezerra que quis romper com a direcção brasileira encabeçada por Honorilton Gonçalves, fiel ao fundador da seita, Edir Macedo. Como é habitual nestes processos de associações divorciadas do sentido de honestidade, trocam-se acusações mútuas entre os expulsados e os que os expulsaram! As razões da “Comissão de Reforma” prendem-se com as tensões que se agudizaram em Junho com a tomada de templos pela ala reformista, entretanto constituída na tal Comissão de Reforma, a qual acusa os bispos brasileiros de terem atitudes contrárias à religião, como a exigência da prática da vasectomia, castração química, práticas de racismo, discriminação social e abuso de autoridade, além da evasão de divisas para o exterior do país. Neste momento correm os seus trâmites nos tribunais angolanos vários processos judiciais relacionados com a IURD. Entretanto o presidente brasileiro Bolsonaro já veio em defesa dos seus pupilos, pedindo ao seu homólogo João Lourenço garantias de protecção dos pastores brasileiros e do património da Igreja, tendo o chefe de Estado angolano prometido um “tratamento adequado” do assunto na Justiça.

Console-se a Isabel dos Santos… não é só sobre ela que o presidente João Lourenço tem os olhos postos, no âmbito da corrupção que mina a sociedade angolana!

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

OV