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Mês: Dezembro 2008

14 de Dezembro, 2008 Carlos Esperança

Vaticano contra a ciência

O Vaticano, que até hoje não se conforma que a Terra gire em torno do Sol e não o contrário, continua inimigo da ciência e sonha com o retorno ao obscurantismo da Idade Média, em que o ser humano só tinha duas opções: ser cristão ou arder na fogueira. Leia mais…

13 de Dezembro, 2008 Carlos Esperança

O Vaticano e a vida

Longe de mim insinuar que o Papa acredita na bondade da sua religião, ou, sequer, na existência do seu deus, mas seria ingénuo não ver no rol de pecados que anuncia a mão de um velho censor que abomina a ciência com a ferocidade de um talibã.

Se adivinhasse, Constantino – o imperador que converteu a heresia judaica de Paulo de Tarso em religião do Império romano e encomendou a Eusébio de Cesareia um corpo uniforme de doutrina a partir das vinte e sete versões dos Evangelhos –, certamente teria mandado acrescentar as proibições canónicas com que B16 envergonha os crentes e irrita a comunidade científica internacional.

«O Vaticano condena a fertilização in vitro, a investigação com células estaminais embrionárias, pílulas do dia seguinte, clonagem reprodutiva ou com fins terapêuticos, diagnóstico genético pré-implantatório para evitar defeitos genéticos, criopreservação de embriões ou ovócitos para fertilização artificial, interferência no número de embriões implantados para prevenir gravidezes múltiplas, recurso à injecção intracitoplásmica de espermatozóides para ultrapassar problemas de fertilidade masculina, manipulação genética para qualquer forma que não seja tratamento médico» – lê-se hoje no Público.

Se Bento 16 se limitasse a impor os seus preconceitos aos crentes, e deixasse em paz os que lutam para aliviar o sofrimento humano, nada haveria a opor, mas o sumo pontífice, que tem a santidade como profissão, não desiste de convocar o seu poderoso exército de bispos, padres e beatos contra a ciência.

Nos países onde a laicidade ainda não chegou as leis reflectem os preconceitos clericais e a saúde e a própria vida estão sujeitas à sua vontade. Por isso, em nome da vida e da felicidade, é preciso lutar contra a vontade dos padres atribuída a um deus de cuja existência não apresentam provas.

12 de Dezembro, 2008 Carlos Esperança

Vaticano – Estado pouco recomendável

CIDADE DO VATICANO, 11 DEZ (ANSA) – O porta-voz da Santa Sé, padre Frederico Lombardi, afirmou ontem que a Igreja Católica não “está conduzindo nenhuma batalha contra a Organização das Nações Unidas (ONU)”, em resposta a alguns órgãos da imprensa italiana que haviam publicado matérias referentes aos direitos humanos e à relação do Vaticano com a organização.

12 de Dezembro, 2008 Carlos Esperança

Falta de ética republicana

Convite

O Presidente do Instituto Superior Técnico tem a honra de convidar V/ Exa. para o Concerto de Natal do IST na Sé Patriarcal de Lisboa, integralmente preenchido com as Vésperas da Beata Virgem de Claudio Monteverdi, interpretadas pelo agrupamento Cantar Lontano sob a direcção do maestro Marco Mencoboni.

O Concerto terá lugar no dia 18 de Dezembro de 2008, pelas 21:30h.

O acesso ao Concerto de Natal está condicionado à capacidade da Sé Patriarcal de Lisboa (500 lugares). Assim, a distribuição dos convites (a partir das 14:00 horas do dia 15 de Dezembro), será efectuada nos seguintes termos:

Alunos do IST-os interessados deverão recolher o convite junto da Associação de Estudantes do IST, sendo obrigatória a confirmação da presença (com ou sem acompanhante) até ao dia 16 de Dezembro para o e-mail [email protected]. O convite deverá ser apresentado à entrada da Sé Patriarcal de Lisboa.

Docentes, Investigadores e Não-docentes do IST – os interessados deverão recolher o convite no Secretariado do Conselho Directivo (Helena Domingues/Susana Castanheira). De igual modo, é obrigatória a confirmação da presença até ao dia 16 de Dezembro para o e-mail [email protected]. O convite deverá ser apresentado à entrada da Sé Patriarcal de Lisboa.

Não é possível o levantamento de convites em nome de terceiros.

Esta mensagem foi enviada por meio do sistema Fénix, em nome de(o) Conselho Directivo, para os seguintes destinatários:
Todos os investigadores do IST
Todos os alunos do IST
Todos os funcionários do IST
Todos os docentes do IST

Comentário: A celebração de Natal – um acto de proselitismo religioso através do Presidente do Instituto Superior Técnico.

11 de Dezembro, 2008 Ricardo Alves

Crente perde bilhete para o paraíso

A polícia belga deteve 14 islamistas suspeitos de ligações à Al-Qaeda, dos quais pelo menos um já se despedira da família por tencionar entrar em breve «no paraíso».

Os suspeitos tinham feito a habitual peregrinação aos santuários ex-mujahedin, ex-talibã, ex-anticaxemira da fronteira noroeste do Paquistão.

11 de Dezembro, 2008 Carlos Esperança

O 107.º Aniversário do CADC

Tenho pavor aos adjectivos que qualificam a democracia, nomeadamente os de natureza confessional, embora o Islão abomine também o substantivo, embirração que abrange o álcool, a carne de porco, a apostasia e outros legítimos prazeres com que o cristianismo já parece conformado.
Na comemoração do seu 107.º aniversário, o Centro Académico da Democracia Cristã (CADC) desfiou memórias e evocou nomes para provar que “a democracia, a luta pelas liberdades e a fé católica são compatíveis”, verdade de que há provas, mas de que são escassos os indícios no seio da centenária agremiação.

O combate a Salgado Zenha, quando presidente da Associação Académica de Coimbra, não abona o júbilo com que Manuel Porto e Jorge Biscaia, mais conhecidos na piedade do que na luta pelas liberdades, comemoraram a efeméride, citando Lurdes Pintasilgo e Sousa Franco para legitimarem o D que a sigla exibe e o passado desprezou.

Os esqueletos incómodos, Salazar e Cerejeira, jazem no armário da memória e exigem um acto de contrição em vez da celebração. Quem lutou contra a ditadura, que o CADC guarnecia com os seus mais distintos elementos, esperava a penitência em vez do júbilo e um requiem em lugar da missa de acção de graças que soe assinalar o aniversário.

Ao contrário dos católicos da Capela do Rato, que assumiram a condição de crentes na luta contra a tirania e a guerra colonial, o CADC foi esteio do mais longevo ditador do século passado em toda a Europa.

A conferência de segunda-feira, em Coimbra, lembrou mais um aniversário e procedeu ao usual exercício de branqueamento da sua história, omitindo a vocação totalitária inscrita na matriz genética.

Salazar, Cerejeira, Antunes Varela e outros eram provavelmente crentes, e seguramente católicos, mas a aversão à democracia rivalizava com a dos talibãs. Pode a fé orgulhar-se deles mas a democracia é alheia às pias comemorações do CADC.

11 de Dezembro, 2008 Carlos Esperança

Direitos Humanos

NOVA YORK (AFP) — O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, celebrou o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pedindo que o texto fundamental seja “completamente aplicado em todas as partes, por todos”.

O Diário Ateísta subscreve o pedido do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

10 de Dezembro, 2008 Ludwig Krippahl

A cura pelo cura

O novo acordo de colaboração entre o Ministério da Saúde e a Igreja Católica, no sentido de regular a assistência religiosa nos hospitais, levanta sérias preocupações a dois níveis. Por um lado, porque se aparenta justificar numa suposta eficácia terapêutica que terá a participação de padres católicos no processo de recobro. Por outro lado porque representa uma intromissão inaceitável do Estado nesta matéria tão pessoal que é a religião.

A Sra. Ministra da saúde Ana Jorge anunciou em Fátima que o acordo com a igreja católica se justificava porque a saúde «não é só o tratamento físico», mas a «espiritualidade entra neste campo global»(1). No entanto, mesmo que o bem estar dos doentes não resulte só da terapia e da medicação, não é verdade que exija uma espiritualidade no sentido de crença religiosa ou dependência do sacerdócio. Muitos doentes encontrarão todo o conforto e consolo nos seus familiares, nos seus amigos e na competência e empenho dos técnicos de saúde que os acompanham. A religião não é uma componente necessária da terapia.

Além disso, a espiritualidade religiosa não é necessariamente o catolicismo. Só se justificaria por razões médicas celebrar este acordo específico com a Igreja Católica se houvesse evidências concretas que esta religião não só é eficaz no recobro dos pacientes como é mais eficaz que as outras religiões que não estão cobertas por este acordo. Não há indícios que assim seja.

Quanto ao direito de acompanhamento religioso este acordo tenta resolver um problema inexistente. O direito de receber apoio espiritual já está garantido nas visitas hospitalares, nas quais o doente pode receber familiares, amigos ou sacerdotes da sua religião sempre que tais visitas não comprometam a sua recuperação. Por isso o que parece estar em causa neste acordo não é o direito à assistência religiosa mas sim quem financiará este encargo, se a Igreja Católica ou se o contribuinte. O que põe em causa outros direitos do doente.

Põe em causa o direito do doente, enquanto doente, que o Ministério da Saúde promova uma utilização eficiente dos recursos de que dispõe. E estes não são tão abundantes que o salário de um capelão não faça falta para equipamento, técnicos de apoio, de enfermagem ou médicos. Põe em causa o direito do doente, enquanto crente, que o Estado não se intrometa na religião nem favoreça umas em detrimento de outras. E põe em causa o direito do doente, enquanto contribuinte, que o seu contributo para o Estado seja usado com justiça para ajudar aqueles que mais precisam em vez de subsidiar a Igreja Católica, uma das organizações mais opulentas de Portugal.

1- Agência Ecclesia, Acordo entre Ministério e Capelanias Hospitalares