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Choque com a civilização

O «choque das civilizações», tem sido um poderoso álibi para as agressões sionistas e a campanha de propaganda levada a cabo pelos neocons americanos contra os Estados árabes, conluiados com a Inglaterra e com os piores dirigentes que a Europa produziu nos países de tradição católica.

Bernard Lewis, um especialista britânico sobre o Médio Oriente, Samuel Huntington, um estratega americano, e Laurent Murawiec, um consultor francês, foram os inspiradores desta teoria disponível para todos as aventuras, incluindo a criminosa invasão do Iraque, e que esconde sobretudo a apetência pelo petróleo.

Esconjurado o perigo soviético foi preciso arranjar novos inimigos que mantenham as populações manipuladas pelo medo a apoiar os interesses do complexo militar e industrial dos EUA.

E, no entanto, o perigo existe de facto. Os trogloditas do Médio Oriente não abdicam do proselitismo e foram incapazes de se modernizar. A situação da mulher nos países islâmicos é uma afronta aos valores civilizacionais. A demência religiosa comanda todos os aspectos da vida e os clérigos dispõem do poder militar, político e económico, mantendo os códigos tribais e o espírito guerreiro do rude pastor de camelos que legou às suas tribos um plágio grosseiro do cristianismo.

Os países democráticos, longe de tomarem uma atitude coerente na imposição do laicismo nas suas próprias fronteiras, depois de cruéis guerras religiosas, rendem-se ao clero local igualmente prosélito, também ansioso pelo poder, e cuja tolerância só permanece enquanto os Estados laicos o acalmarem.

A meu ver, não há um choque de civilizações mas há uma guerra da barbárie contra a civilização, uma luta do clero contra a laicidade, uma fonte do ódio e detonador da violência que brota de mesquitas, sinagogas e templos cristãos, por pregadores que querem sobrepor a fé ao Estado de direito e os livros sagrados às Constituições.