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O direito à apostasia

A situação dos cristãos convertidos em países islâmicos é mais difícil do que a dos que já nascem cristãos. No Tajiquistão, dois iranianos convertidos ao cristianismo estão em greve de fome a fim de não ser repatriados, pois correm o risco de condenação à morte por apostasia.

A apostasia é um direito inalienável dos cidadãos cujo respeito os estados democráticos garantem e as religiões evitam com a pena de morte e a ameaça do Inferno.

Não há religião, por mais estúpida e exótica, que não considere o seu Deus como único verdadeiro, atribuindo à concorrência a falsidade absoluta e aos seus clientes os riscos de perdição eterna. Desde bispos evangélicos aos mullahs, dos rabinos ao papa católico, todos os parasitas de Deus se pelam por fogueiras, apedrejamentos, e decapitações para os infiéis, isto é, para os fiéis de outras crenças e, particularmente, para os ateus.

A onda de demência mística acompanha a violência dos crimes religiosos. Ninguém vê um muçulmano a criticar um acto terrorista num país islâmico: pode custar-lhe a cabeça e o crime não é apanágio de desequilibrados, é a consequência lógica do cumprimento dos ensinamentos do Corão.

Agostinho, um santo católico, defendia a tortura para os que violavam as leis de Deus – o dele – pois, se era adequada para quem violava leis dos homens, com razão acrescida era justa para quem violava a lei do tal Deus.

Os crentes são tolerantes quando acreditam pouco ou têm dúvidas, mas só defendem o pluralismo religioso quando estão em minoria. Em maioria dizem que não pode tratar-se por igual o que é desigual. A luta pelo poder é o objectivo final das religiões. Conter a horda fascista dos prosélitos de Deus é o dever dos Estados democráticos, aprofundando sempre a separação da Igreja e defendendo direitos iguais para todas as crenças, não crenças e anti-crenças.

Para sobreviver a humanidade tem de pôr rédea curta aos clérigos das diversas religiões. Ninguém, melhor do que os padres, transforma as diferenças em divergências e estas em guerras. Deus é a mais idiota e perigosa das invenções humanas. Nascido do medo tornou-se motivo de terror.

Um ateu que se preze não pode deixar de ser solidário com os cristãos perseguidos pelos islamitas. O direito a mudarem de superstição é inalienável.

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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