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A ICAR e o sistema educativo português

A ICAR é uma multinacional da fé que, à semelhança da concorrência, só lhe interessa o poder. É por isso que a assistência e a educação, sobretudo de crianças de tenra idade, estão na primeira linha das suas atenções.

Para o Papa, a virgindade de Maria é uma patranha que mantém para não desautorizar Pio IX; as pessoas da Santíssima Trindade podem ser trezentas se ninguém questionar a sua autoridade; o reconhecimento de milagres e criação de santos são a mera gestão de expectativas de gente simples ou de oportunistas encartados.

A ICAR viu, com mágoa, a extinção das monarquias absolutas que continuam a ser o seu paradigma preferido. É curioso que o Cristo Rei e a mãezinha, Rainha dos Céus, são imaginados de acordo com o paradigma que as sociedades modernas e democráticas tornaram arcaico e deitaram para o caixote do lixo da História.

Apagaram-se as fogueiras, as pessoas deixaram de temer o inferno, envergonham-se os jovens de ir para o seminário e Deus é cada vez mais a referência mitológica, sem traços de beleza ou simpatia que deixaram muitos dos deuses da mitologia greco-romana.

É neste estado de desespero que o bando da sotaina se enerva e vocifera contra o Estado laico. Veja-se como o Sr. Maurílio de Gouveia lamenta saída das Irmãs Salesianas e condena manifestações de «autoritarismo» do Estado.

O Sr. Maurílio, bispo de Évora, reage como se houvesse monopólio do Estado ou tenha a ICAR o direito divino de substituir educadoras de infância e assistentes sociais por freiras. Os bispos ainda não compreenderam que é legítimo substituir uma sociedade de beatos por um País de cidadãos.

E nunca admitem a violência e maus-tratos que os estabelecimentos de ensino religioso prodigalizam às crianças.