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O Mistério da Santíssima Trindade

Quem crê no «mistério» da Santíssima Trindade, crê que:

1) Jesus Cristo é Deus
2) O “Pai” é Deus
3) O “Espírito Santo” é Deus

4) Deus é único

5) O “Pai” não é o “Filho”, nem o “Filho” é o “Pai”
6) O “Pai” não é o “Espírito Santo”, nem o “Espírito Santo” é o “Pai”
7) O “Filho” não é o “Espírito Santo”, nem o “Espírito Santo” é o “Filho”

Sucede-se que a identidade é transitiva. Se “A é B” e “B é C” podemos concluir que, nesse contexto, “A é C”. Não há volta a dar.
Assim sendo, de acordo com a lógica, a aceitação das proposições 1, 2 3 e 4 implica a negação das proposições 5, 6 e 7. Logo, a conjunção de todas estas proposições tem um valor lógico conhecido: falso.
Aceitá-las a todas é como aceitar que 2+2=5.

Aquilo que os adeptos deste “Mistério” alegam é que é por isso mesmo que ele é chamado de “Mistério”: não está ao alcance da nossa compreensão. Para a nossa lógica humana limitada isto não faz sentido, mas isso é porque não temos acesso a este “Mistério”, que não o é para Deus.
Fora das limitações da lógica humana, conhecendo o pensamento omnisciente de Deus, o “Mistério” da Santíssima Trindade não tem nada de misterioso: é claro como a água.

Para muitos dos que não crêem neste mistério parece incrível que esta pseudo-justificação funcione para que as pessoas aceitem algo mais absurdo que “2+2=5”.

Mas funciona.

É este o poder da religião, e a sua capacidade de relegar a lógica e a racionalidade para segundo plano, sempre afirmando não o fazer. «É uma outra Racionalidade, mais ampla», alegam. Eu chamo-lhe duplipensar. Como bem observou Orwell no 1984, uma comunidade treinada para aceitar proposições contraditórias é mais permeável à ditadura e à opressão.