Bento XVI, o último ditador europeu
No recalcamento celibatário chama «profanação» à exaltação do corpo e à sexualidade. Esquece que a ICAR exumou cadáveres para os queimar, tal era a vocação pirómana e a demência do ódio às heresias.
Para o Papa actual o «nu» é a encarnação do Diabo e o cio a arma de que este se serve para estorvar os negócios divinos. O conúbio de B16 com a Fraternidade Sacerdotal S. Pio X transformou o antro reaccionário – o Vaticano – na central de intoxicação mística ao serviço do anacronismo da fé e da liturgia tridentina a que sacode o pó e o bolor.
B16 zurze os órgãos de comunicação social porque «ridicularizam a santidade do casamento e a virgindade antes do matrimónio», mas não são os jornais e a televisão que são contra a virgindade, são as hormonas e o sortilégio do amor.
Quanto ao casamento, se é assim tão santo, por que motivo o proíbe aos padres e às freiras e ele próprio renunciou a tal santidade?
A necessidade de reprodução e a legítima aspiração ao prazer levam os crentes a trocar os rituais da religião pela liturgia dos afectos e a procurar o Céu no êxtase do amor.
O Papa é um primata com tiara em rota de colisão com a modernidade, um dinossauro que pretende extinguir a humanidade através da abstinência sexual. A castidade é a bomba atómica que o velho ditador sonhou para extinguir a vida.