Fátima – Correio dos leitores
Nos dias que correm (início de Maio de qualquer ano desde 1917), muitos são os papa-hóstias que se dirigem à pequena cidade de Fátima, em forma de agradecimento à virgem que deu à luz.
Milhares de pessoas fazem-se à estrada a pé, em peregrinação, como forma de provar à sua senhora (nossa não é certamente, que eu não a quero para nada), uma fidelidade doentia e obsessiva.
A mente de um crente acha que tem que estar agradecido a uma entidade sobrenatural pelo que se passa de bom na sua vida. Mas para aqueles que vivem na realidade, a verdade é bem diferente.
As pessoas deviam era agradecer à ciência e tecnologia tudo o que de bom lhes acontece. Senão vejamos:
– Teve um acidente de carro e sobreviveu sem grandes sequelas? Agradeça à evolução constante da tecnologia de segurança automóvel.
– Tem comida na mesa e está grato? Agradeça aos nossos antepassados que inventaram e desenvolveram a agricultura, pecuária, pesca, etc. Todas elas são tecnologias e que ainda hoje são melhoradas.
– Estava doente e foi curado? Agradeça à medicina.
– Estava doente com uma doença terminal mas entrou em remissão e ficou bom? Agradeça ao facto da ciência moderna ainda não saber tudo, pois qualquer falta de explicação científica é uma boa oportunidade para achar que foi intervenção divina.
Etc, etc…
Quantos peregrinos não morreram até hoje atropelados a caminho de Fátima? Provavelmente nesses casos a culpa já é atribuída à falta de civismo dos condutores portugueses, e não à vontade da virgem que os devia estar a proteger enquanto são pastoreados que nem ovelhas até Fátima.
a) João Brandão