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A confissão é uma arma

O pasquim da paróquia do Vaticano, «L’Osservatore romano», classificou Sábado como «ultraje ao sentimento religioso» a reportagem publicada na revista italiana «L’Espresso» com as respostas de sacerdotes a falsas confissões sobre temas éticos e sociais da actualidade.

A confissão foi sempre uma arma da ICAR, às vezes como solução dos recalcamentos sexuais dos padres, outras como instrumento privilegiado de espionagem ao serviço do Vaticano.

O crime de devassa da intimidade dos crentes foi elevado à categoria de sacramento e a fragilidade psicológica dos supersticiosos recompensada com o perdão dos pecados que os sinais cabalísticos dos confessores e a penitência se encarregam de conceder.

A diversidade das respostas às perguntas feitas nas «confissões» dos jornalistas sobre assuntos como o preservativo, a SIDA, a homossexualidade e as células embrionárias provaram que a ICAR não tem princípios, basta-lhe a manutenção do poder.

Os padres não são ungidos para preservar a moral, ainda que obsoleta e, eventualmente, perversa. Levam com um sacramento – a Ordem – para os tornar guerreiros de Cristo e embusteiros da fé. O Vaticano é um antro onde o poder vive da informação que os seus núncios recolhem nas chancelarias e os padres nesse local de devassidão que são os confessionários.

O Deus do Papa é indiferente à fé de quem se ajoelha aos pés dos padres. Umas vezes são devotos à procura de perdão, agora foram jornalistas em busca da verdade.