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A fé e a superstição

Naquele tempo, se houvesse consulta de planeamento familiar ou o Espírito Santo usasse preservativo, o rumo do mundo teria sido outro.

O nariz de Cleópatra não teve mais influência na história da humanidade do que o aparecimento tardio dos contraceptivos. Enquanto um carpinteiro de Nazaré adormecia na oficina, cansado do trabalho, a mulher, ansiosa, aguardava-o. Vencida pelo cansaço, dormitava quando o pombo chegou, em voo picado, e se serviu.

Não se sabe o ano, muito menos o mês ou o dia em que o nascimento de um menino aconteceu. Convinha ao negócio e à superstição que haviam de nascer que o solstício de Inverno fosse a referência.

Que interessa ao Papa que Jesus nascesse no Verão ou no Inverno? Basta o óbolo que alimenta a concupiscência do Vaticano e uma multidão de parasitas espalhados pelo mundo. Não há Primavera que espere as religiões. Há apenas o medo e a ignorância a alimentar o Inverno do nosso descontentamento.

Permanecem as ameaças com que os padres mantêm subjugados os simples e oprimidos os supersticiosos.