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Líbano – um intervalo na guerra

O cessar-fogo anunciado entre Israel e o Hezbollah, sob os auspícios da ONU e a mediação da União Europeia não é o fim da guerra e, muito menos, o princípio da paz.

A guerra não é entre Israel e o Líbano, é entre o sionismo judaico-cristão e o terrorismo islâmico teleguiado de Teerão, através da Síria.

De um lado há uma tendência expansionista que não tolera a autonomia da Palestina, do outro a cegueira que pretende a erradicação do Estado de Israel. O terrorismo tem raízes bíblicas que é preciso extirpar.

A Tora e o Corão são certidões da Conservatória do Registo Predial Celeste que atribuiu os mesmos terrenos a dois proprietários distintos. É por isso que terrorismo e resistência se confundem entre fanáticos que acreditam na validade do atestado de posse.

Pela primeira vez, desde a sua existência, Israel não ganhou a guerra. Reduziu o apoio dos países ocidentais e agravou o ódio dos vizinhos islâmicos sem conseguir aniquilar o Hezbollah. O seu futuro começa a ser incerto.

Certa esquerda vê em Israel a face do imperialismo e nas teocracias islâmicas amanhãs que cantam. A direita, nostálgica do colonialismo, olha com arrogância para os árabes e com volúpia para o petróleo e ninguém, nenhum país, ajuda a criar condições para que a separação da Igreja e do Estado permita as mais básicas liberdades dos povos oprimidos pelo Corão.

As derrotas dos EUA no Iraque e, agora, no Líbano, através de Israel, terão dramáticas consequências para a paz no mundo e a estabilidade das democracias. Os radicalismos levam a melhor e ganham ânimo com o simples facto de sobreviverem.

A inexperiência do Governo de Israel e a inépcia da administração Bush precipitaram o mundo num beco cuja saída será sangrenta, demorada, dramática e planetária.