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Ainda o teatro

13 de Junho de 2006  |  Escrito por pfontela  |  Publicado em Não categorizado  |  Comentar

Tenho recebido uma série de emails de católicos que parecem estar muito zangados comigo por eu não concordar com a sua tentativa de censura da peça «Me Cago en Dios». Devo dizer que quando o Carlos Esperança publicou o seu artigo há uns dias eu nem liguei muito à coisa, não me parecia ser algo especialmente interessante (do ponto de vista da minha sensibilidade estética) e nem pensei mais no assunto. Passado pouco tempo recebo um email indignado com a reacção de vários católicos que exigem que se retire qualquer apoio estatal á peça. As suas razões para isso é que como contribuintes isso lhes seria ofensivo.

Ora como eu lhes respondi mais tarde é realmente verdade que os católicos pagam impostos, mas também é verdade que os ateus também o fazem, os agnósticos também, os anti-clericais também e por aí adiante. Ora sendo esse o caso não me parece muito lógico que um grupo (que está em pé de igualdade legal com os outros) tenha o direito de ditar o que pode ser financiado pelo estado, tornando o aparelho do estado ora numa máquina de propaganda religiosa ora numa máquina de repressão – uma questão diferente, muito pertinente, é saber que as criações artísticas, independentemente da sua natureza, devem ser subsidiadas, mas a questão aqui e agora não é essa.

Acho também do mais vergonhoso possível que meia dúzia de cristãos ultra conservadores montem uma cruzada contra uma peça de teatro e insinuem que falem em nome de tudo quanto é cidadão que no censo de população pôs uma cruzinha no quadrado que indica “católico” (a chamada orientação espiritual…). Quando a maioria de tais pessoas está ligada ao catolicismo de forma puramente nominal, sem conhecer o mais básico conjunto de princípios da “sua” fé, sem prestar qualquer atenção às alarvidades sem ética que emanam do Vaticano e cuja soma de participação na organização Igreja Católica é a organização de um casamento para a família ver (são os chamados cristãos folclóricos).

Esta negação do mais básico princípio de igualdade perante as opiniões quanto à natureza dos conceitos deus e religião mostra que existe um subgrupo católico que não assimilou bem que os tempos mudaram um bocado, que o estado não os vai tratar como delicadas flores de estufa, atropelando os direitos de todos os outros cidadãos em nome da sensibilidade religiosa que se recusa a aceitar que não tem direito a uma protecção especial.

 

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