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«Me cago en Dios»


Com o título em epígrafe, estreou-se na segunda-feira, no Teatro Comuna, em Lisboa, uma peça que tem merecido o mais vivo repúdio dos crentes e que fazem ao cartaz que a anuncia o que não gostariam que fizessem aos que anunciam a procissão do Senhor dos Passos.

A peça é uma co-produção da Cassefaz e da Associación de Actores de Teatro de Madrid. «… o cartaz apresenta uma sanita aberta, da qual saem (ou para a qual entram) vários símbolos religiosos: uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, um Buda, um crucifixo, uma bandeira com o Crescente Vermelho. O espectáculo estreou-se na segunda-feira, no Teatro da Comuna, em Lisboa, e desde então já foi alvo de vários protestos, sobretudo ligados à Igreja Católica» – diz o Diário de Notícias, de hoje.

Resta dizer que Espanha é um país onde são correntes as mais belas blasfémias que só rivalizam com as italianas dos ex-estados pontifícios.

A reflexão que a peça faz sobre as várias religiões e os seus malefícios é indiferente aos crentes que protestam contra o espectáculo.

Seria estranho os católicos que, em nome da liberdade de expressão, defenderam – e muito bem -, a liberdade da publicação dos cartoons de Maomé, virem agora a promover um auto de fé a um espectáculo que tem como título um desabafo, em castelhano, que costuma ser extensivo à Virgem e à hóstia.