Milagres à moda de Fátima
Pensei que Deus tinha abandonado o ramo dos milagres e apenas subsistia o negócio, por conta própria, destinado a meios rurais e como ajuda à sustentação do clero.
A reincidência em transformar paralíticos em mancos, tartamudos em oradores e a cura de moléstia da pele, sífilis e cancros, saturam o mercado e fazem desconfiar a clientela.
Há quem acredite que a santinha de Balasar passou os treze anos e sete meses finais da vida em jejum total e anúria (apenas tomava a comunhão), facto confirmado por JP2, e que a falta de consagração da hóstia, por lamentável incúria, possa estar na origem da morte da bem-aventurada que se desabituara de comer e beber.
Ora, toda a gente sabe que JP2 era mitómano e supersticioso, que julgava que Fátima foi feita para ele e que a Lúcia viu a batina com que foi baleado antes de ter sido feito o pano para a confeccionar.
JP2, Lúcia e outros mentirosos desacreditam mais o deus que proclamavam do que os ateus. Deus não morre porque não existe, mas fina-se pelo ridículo a que a ICAR o expõe.
Imaginem as rezas à desgarrada que hoje, em Fátima, uma multidão de crentes encena para pedir a cura de umas ovelhas estropiadas, o milagre de não ter chegado a Portugal a gripe das aves nem ter havido um tufão na Costa da Caparica.
Mafalda Pereira, de 32 anos, saiu de Estarreja, a pé, no Domingo. É a segunda vez. Da primeira «foi quando passei no exame de condução». Se a D. Mafalda acha que ter passado no exame de condução é motivo para ir a Fátima, a pé, eu penso que não devia usar outro meio de transporte.