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O Papa e o laicismo

Os dirigentes do Partido Popular Europeu, que integra alguns dos maiores paladinos da moral e da honestidade pública, como Berlusconi e Aznar, foram genuflectir-se a B16 que os recebeu na qualidade de Chefe de Estado do Vaticano, o Estado totalitário que vive de acordo com o direito divino.

Perante a maior associação de partidos políticos, amigos do Papa e da hóstia, o sátrapa exortou os representantes para se empenharem no «combate político contra o laicismo».

«O vosso apoio à herança cristã pode contribuir de forma significativa para a derrota de uma cultura que já está largamente espalhada pela Europa e que relega a manifestação da convicção religiosa para a esfera do privado e do subjectivo».

O ditador de sapatinhos vermelhos não se resigna à perda do poder temporal.

B16 afirma que as intervenções de Igrejas ou comunidades eclesiais no debate público «não constituem formas de intolerância ou interferências, dado que essas intervenções se destinam a iluminar as consciências».

Para o iluminador B16, a moral da ICAR, a prepotência e a interferência nos assuntos internos dos países destinam-se a iluminar as consciências, tal como as fogueiras da Inquisição se destinavam a iluminar cidades quando não havia electricidade.

A luta assanhada contra o laicismo é parte da agenda do Papa, que pretende mergulhar a Europa secular numa pia de água benta e impor aos povos o terço, a missa, a confissão e a devoção à Virgem.

Se o Papa incita despudoradamente ao combate político contra o laicismo, temos de ser determinados no combate político contra o Papa, na defesa da liberdade e do pluralismo.