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Laicismo quando convém…

O artigo da Palmira «Apelo à laicidade na Rússia» levou-me a reflectir sobre as religiões que exigem o laicismo quando são minoritárias e o monopólio quando maioritárias. Acontece com o judaísmo e, principalmente, com o islão e o cristianismo.

O totalitarismo faz parte do código genético das religiões monoteístas que vêem no martírio a prova maior da devoção e no assassínio de infiéis uma manifestação de piedade.

Os livros sagrados estão recheados de promessas aliciantes para os cadáveres precoces ao serviço da insânia da religião respectiva.

A demência do islão, que seria injusto e perigoso confundir com todos os devotos, atinge proporções tais que se tornou um perigo para si próprio e uma ameaça para a civilização.

É verdade que algumas seitas cristãs são hoje tolerantes, não por mérito próprio ou natureza, mas pela sólida formação democrática dos seus crentes. A Reforma prestou um inestimável serviço à civilização e constituiu um enorme progresso na defesa das liberdades individuais. Felizmente, sobretudo na Europa, muitos crentes assimilaram os valores sagrados da liberdade e são capazes de trocar a Bíblia pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.

No entanto, o evangelismo neoconservador dos EUA, o catolicismo reaccionário de Bento XVI e o florescente cristianismo ortodoxo parecem mimetizar-se com o delírio prosélito do islão radical.

Só a laicidade lhes pode fazer frente.