Loading

Vicissitudes da fé.


No séc. X o Islão esteve à beira de conseguir o que o culto de Mithra ia conseguindo no séc. II – a derrota do cristianismo.

No séc. XVI a Reforma protestante podia ter aniquilado a influência papal e, neste caso, sem prejuízo para o mundo nem saudades de Roma.

No séc. XX o ateísmo marxista podia ter destroçado a ICAR se não tivesse as mesmas taras e derivado para experiências totalitárias de raiz estalinista que o tornaram tanto ou mais odioso.

Mas não se diga que a violência e o crime são uma vacina contra os autores e ideologias que os motivam. A prova é a longevidade da ICAR, que à violência do passado adiciona a prepotência do presente e o espírito reaccionários de todos os tempos.

Para além da vocação totalitária que devora as religiões, bastaria a ausência de virtude dos seu clero para desconfiar da bondade do seu deus. As várias seitas cristãs, incluindo ortodoxos, protestantes e católicos, têm um passado pouco respeitável, com membros do clero claramente execráveis. Mas, nem a fragilidade da doutrina que professam nem as loucuras de que os seus responsáveis são capazes, abalaram a máquina de propaganda que dominam.

Os homens passam bem sem Deus, mas há imensos parasitas da fé que não prescindem de impô-la. É assim que as religiões se mantêm até que outras as substituam, pela força, como é hábito.

O Diário Ateísta continua e continuará a defender a liberdade religiosa sem deixar de considerar as religiões como metadona que substitui a droga da superstição. Não vemos a mesma determinação nos crentes a defender o direito ao ateísmo ou os direitos da concorrência (outras religiões).

Por muito que custe aos piedosos créus que nos visitam, a ICAR esteve quase sempre ao lado das ditaduras. Em Portugal apoiou o miguelismo contra o liberalismo, a monarquia contra a república, o salazarismo contra a democracia. Nem é preciso recordar Timor.

A foto que exorna este artigo é uma das muitas que podemos exibir aos fiéis que nos insultam por denunciarmos as ligações vergonhosas da ICAR com o nazi/fascismo.

Post scriptum – Já agora vejam se descobrem quem é aquele jovem do centro.